Em meio às alianças partidárias de olho nas eleições, grupos e partidos políticos têm mostrado que as ideologias muitas vezes estão sendo deixadas de lado em troca de interesses até mesmo pessoais. Exemplo disso acontece no Partido Democrático Trabalhista (PDT) capixaba. Pelo que se observa, a democracia ali tem passado longe da pauta de debates.
Basta citar a crise interna que se instaurou após o presidente da legenda, o ex-prefeito Sérgio Vidigal, decidir afastar dois membros da diretoria: O secretário de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Iranilson Casado, e um dos gerentes da pasta, Luiz Pimentel.
Os dois são fortes aliados do governador Renato Casagrande (PSB) enquanto Vidigal está quase batendo o martelo e defende, ainda que não abertamente, a união com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Caso se confirme, o próprio Vidigal deve ser indicado para compor a chapa do peemedebista como vice.
Durante a semana, o deputado Euclério Sampaio (PDT) criticou a posição do presidente. Afirmou que decisões estão sendo tomadas para atender interesses pessoais e eleitoreiros. E parece que ele sabe mesmo do que está falando, embora Euclério seja daqueles deputados que estão sempre na oposição, independente de quem estiver no poder.
Vidigal tem liberdade para fazer o que quiser com a sigla no Estado, já que o presidente da executiva nacional, Carlos Lupi, valida todas suas decisões. A essa altura do campeonato, o ex-prefeito vislumbra com Hartung a chance de poder voltar a assumir o comando do executivo da Serra em 2016 e enfrentar novamente sua cria política nas urnas, o prefeito Audifax Barcelos (PSB).
Se apoiar a reeleição de Casagrande, é praticamente impossível ter o apoio do governador para seu projeto futuro, já que o chefe do Palácio não vai pensar duas vezes em usar seu capital político para reeleger o prefeito que é seu aliado e colega de partido.
Apesar de alguns militantes, inclusive a deputada Aparecida Denadai, apoiar a redução de espaço de Casado e Pimentel, internamente a crise já começa a fazer alguns estragos. A democracia que serve de base para o PDT está ameaçada e, segundo pessoas ligadas ao partido, atropelada para atender aos interesses políticos eleitorais do presidente Sérgio Vidigal.
Quando o racha acontece, as opiniões se dividem e as decisões se sobrepõem ao pensamento da maioria é sinal de que algo não vai bem. É preciso retomar as rédeas para que não haja uma debandada coletiva, assim como aconteceu recentemente com o PR do senador Magno Malta. Tem que ver isso, aí… Durma com um barulho desses.