Depois de um período de recesso, os deputados estaduais retornam ao plenário nesta segunda-feira (3). Na Casa, pouca coisa mudou. Os problemas de infraestrutura continuam e a reclamação é geral. Pequenas intervenções estão sendo feitas e na última sexta-feira servidores foram dispensados para que o prédio pudesse passar por uma dedetização. Mas o que preocupa mesmo, no entanto, é o retorno em plena campanha eleitoral, quando a grande maioria tenta a reeleição.
Nesse período, a tendência é de que os trabalhos sejam comprometidos, embora o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), já tenha dito que espera poder contar com o bom senso dos parlamentares. Apesar do pedido, o que se tem visto é que os deputados não tem mostrado o tal bom senso na hora do expediente.
Eleições anteriores mostraram a dificuldade de se manter quórum para votação de projetos de interesse da sociedade e a população acabou sendo deixada de lado por causa da campanha. Meses antes da corrida eleitoral deste ano, já havia sinais de que a história iria se repetir, já que poucos deputados se alternavam para manter a sessão. Poucos eram os que compareciam no plenário.
Além da ausência dos deputados durante o horário de trabalho, outra situação que acende a luz vermelha no cidadão é o uso da máquina pública por parte dos que disputam a reeleição. É mais comum do que se pensa, por exemplo, servidores pagos com dinheiro do contribuinte sofrendo desvio de função e sendo utilizados nos trabalhos de campanha.
Sem contar o fato do uso de carro oficial disfarçado de “visitas parlamentares às bases” e a utilização dos celulares para resolver assuntos ligados à eleição. Essa conta quem paga, claro, é o cidadão. Vale lembrar que denúncias podem e devem ser feitas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES).
Com o retorno ao trabalho, o que se espera é que os deputados deixem de lado os interesses eleitorais e cumpram seu expediente, assim como todo trabalhador comum. E caso isso não aconteça, é preciso pulso forte da direção para cortar o ponto dos faltosos e punir aqueles que utilizarem a máquina em benefício próprio. É o mínimo que se espera, já que o eleitor está cada vez mais de olho!