Antes de a campanha começar, de fato, um grupo de prefeitos decidiu declarar apoio à candidatura do governador Renato Casagrande. A maioria assinou um manifesto garantindo que estariam no palanque do socialista, mas, ao que tudo indica, o documento está com o prazo de validade se esgotando.
Muitos sem saber se o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) estaria mesmo na disputa pelo Palácio Anchieta acabou entrando na onda dos demais colegas. Mas basta uma rápida visita ao escritório do peemedebista que é possível ver que muitos já estão mudando de lado.
A peregrinação deles acontece diariamente e, entre um compromisso de campanha, Hartung chega a atender cerca de sete prefeitos, inclusive, àqueles que anteriormente posaram para fotos assinando o manifesto liderado pelo prefeito de Viana, Gilson Daniel, um dos principais aliados do Palácio.
Mas o que mudou de lá para cá? A oficialização de Hartung na disputa fez com que eles pensassem melhor, já que no meio deles havia muitos que sempre rezaram na cartilha do peemedebista.
Outro fato que pode ser levado em consideração é que alguns temiam ficar sem apoio financeiro para seus municípios, embora o próprio Casagrande tenha negado a existência de uma pressão velada para a troca de favores. Com a chegada da campanha, os chefes dos Executivos ficaram mais tranquilos.
É inegável também que os números das pesquisas podem ter influenciados nessa mudança de palanque. A diferença entre Hartung e Casagrande apontada nas pesquisas é surpreendente. A expectativa era de que a corrida seria disputada, mas não com tanta vantagem assim do peemedebista contra seu principal adversário.
O que deve ser observado, no entanto, é até onde vai a lealdade desses prefeitos. O jogo de interesses, nesse caso, está falando mais alto, o que não chega a causar surpresas em se tratando de política. Independente de quem vença a briga pelo Governo, Hartung e Casagrande já sabem em quem realmente podem confiar.