Essa eleição para Governo do Estado e Senado não será igual a que passou. Há 12 anos os capixabas não viam uma campanha tão acirrada e com candidatos utilizando ataques pessoais, colocando em xeque a religião dos adversários e ainda promovendo uma onda de boatos para enfraquecer os rivais.
Com o mesmo condomínio de poder comandando o Palácio Anchieta há mais de uma década, os arranjos políticos desenharam (ou impuseram) nesse período a vontade do eleitor. Foi assim na eleição do governador Paulo Hartung em seus dois mandatos. Na época, o peemedebista reuniu forças políticas em torno da sua candidatura que ficou praticamente impossível neutralizar os adversários.
Fato semelhando aconteceu também com as candidaturas ao Senado. Com a chapa fechada, os candidatos eram praticamente definido por arranjos políticos. Com isso, as críticas sumiam e todos eram unidos para dar um novo rumo ao Espírito Santo, que viveu por um período sobre o domínio do crime organizado.
Com as chapas arranjadas ou arrumadas, o capixaba perdeu o hábito de presenciar ataques mais agressivos durante a campanha eleitoral. Mas o condomínio agora faliu. Os amigos e aliados são rivais e chegou a hora de mostrar quem pode mais, quem tem mais poder. Casagrande, que teve apoio de Hartung para se eleger, agora ataca veemente aquele que quer lhe tirar do Palácio Anchieta.
Para a cadeira no Senado, a situação é semelhante. Talvez na história recente nunca houve uma disputa tão acirrada por essa vaga. João Coser (PT) e Rose de Freitas (PMDB) são os mais exaltados e travam na Justiça uma briga para medir forças. Já Neucimar Fraga (PR), que até então só observava a troca de acusações, passou também alfinetar os adversários na reta final da campanha.
Embora todos preguem o discurso de que o eleitor quer ver propostas de Governo e não baixarias ou insultos, contraditoriamente eles continuam promovendo e esquentando o morno debate que se viu por um longo tempo no Espírito Santo. Se a tática vai dar ou não resultado só saberemos quando sair o resultado das urnas. Enquanto isso cada um vai fazendo seu jogo, deixando a defensiva de lado e partindo para o ataque. Vai que cola…