Ao iniciar seu mandato, o governador Renato Casagrande (PSB) avisou que uma das suas marcas seria a criação do maior projeto de mobilidade urbana já visto na história do Espírito Santo. De fato, ele tinha razão. Faziam parte do plano a criação de corredores exclusivos para ônibus, os chamados BRTs, a construção da quarta ponte e a reativação do aquaviário.
Todos esses projetos surgiram em um momento em que os capixabas já não aguentavam mais enfrentar grandes congestionamentos em qualquer hora do dia com o trânsito cada vez mais caótico. Parecia a solução dos problemas. Mas a fórmula milagrosa que pretendia acabar com a dor de cabeça dos motoristas não apareceu e não deve aparecer pelo menos nos próximos anos.
Um sonho antigo dos capixabas era poder cruzar a baía de Vitória em lanchas. O projeto foi criado, analisado e a esperança era que até o final deste ano o edital para licitar as embarcações fosse lançado. Mas tudo foi por água abaixo. O Ministério Público de Contas apontou uma série de irregularidades e o Governo foi obrigado a recuar.
Situação semelhante aconteceu com o processo da construção da quarta-ponte, que ligaria Cariacica a Vitória e tinha a missão de amenizar o fluxo de carros nesses municípios. O mesmo Ministério Público também encontrou falhas e coube ao Estado recuar mais uma vez.
Com o BRT também não foi diferente. Algumas pequenas intervenções nas ruas da Grande Vitória chegaram a ser feitas, mas até hoje os corredores exclusivos para ônibus não saíram do papel.
O próximo Governo terá a missão de apresentar uma solução para esse problema que cresce a cada dia com a grande quantidade de carros nas ruas. Durante seu então mandato, o governador eleito Paulo Hartung não chegou a mostrar interesse pelo aquaviário. Ou seja, esse meio de transporte deve continuar ancorado no Estado.
A previsão é de que ele dê continuidade aos planos de criação do BRT, sua principal bandeira para resolver esse gargalo que durante os últimos quatro anos não foi resolvido, embora existisse um plano gigantesco em andamento.
Casagrande deixa o mandato sem resolver o problema da (i) mobilidade urbana. A torcida agora é para que o próximo governo acelere as obras necessárias para a solução do problema, já que os capixabas não suportam mais andar em marcha lenta.
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