Na metade do mandato, os prefeitos capixabas terão, em 2015, uma missão nada fácil pela frente. Com a previsão de um ano de vacas magras, chegou a hora de eles mostrarem competência para administrar as contas sem contar com a ajuda externa. A lição nesses casos é a mesma muito conhecida por qualquer dona de casa. Nunca gastar mais do que arrecada e cortar gastos desnecessários.
Alguns prefeitos já estão rezando nessa cartilha. Em Vitória, por exemplo, o prefeito Luciano Rezende (PPS), sem saber o que vem pela frente, já anunciou a criação de um sistema para aumentar a arrecadação e vai repassar as dívidas de contribuintes para a iniciativa privada.
Ou seja, empresas repassam para o Executivo aquela dívida de impostos, por exemplo, e assumem a responsabilidade de cobrar ao devedor. Outra iniciativa é incentivar o morador a exigir a nota fiscal ao realizar suas compras na Capital. Em contrapartida, pode ganhar prêmios em dinheiro que podem chegar até R$ 50 mil.
Em Viana, outro município da Grande Vitória onde o prefeito trabalhou na campanha do atual Governo, a situação não é muito diferente. Nos últimos dois anos a cidade se organizou, recebeu investimento nunca antes visto em sua história e vem atraindo olhares de empresários e investidores. E 2015 vai ser a hora de começar a chegar o retorno, embora ainda não seja o suficiente para equilibrar totalmente as contas.
Mas já foi um primeiro passo. A expectativa nada otimista dos prefeitos de maneira geral é que o primeiro semestre seja o mais difícil, até porque nos seis meses iniciais será um período de planejamento. E é nessa fase que aumenta o temor de perda de recursos com o corte de despesas.
O filão que ajudou muita gente nos últimos quatro anos foi o Fundo Cidades, repassado pelo Governo do Estado. Era um recurso social doado à municipalidade, mas respeitando a prioridade de quem precisava mais. No orçamento do ano que vem, por exemplo, o valor será de R$ 200 milhões.
Embora seja uma importante ajuda, os prefeitos sabem que não podem ter muita esperança de que ele será mantido. Para isso, alguns já estão trabalhando para enxugar gastos, cortar na própria carne e se organizar por conta própria. Agora a população vai saber realmente quem soube ou não se planejar a casa nos últimos dois anos. E o povo vai cobrar…
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