Depois de promover um panelaço durante pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na semana passada, milhares de pessoas voltaram às ruas protestar contra o governo federal neste domingo em todo o país. Em Vitória, os manifestantes foram para a Praça do Papa e o que não faltaram foram palavras de ordem e até pedidos do impeachment da presidente.
A classe média, principal afetada pela crise econômica, passou a ser criticada pelos apoiadores petistas, logo eles que sempre defenderam a democracia. A alta dos juros, aumentos da gasolina, da conta da luz e a inflação nas alturas, para os apoiadores de Dilma, não são motivos suficientes para protestar e apontam o ato, segundo o PT capixaba, como uma tentativa de golpe contra o Governo que agora prioriza os pobre.
A população, não só da classe média, que teve importantes conquistas com o Plano Real, acompanha sem poder fazer nada, além de ir para as ruas e fazer panelaço, a perda do poder de consumo e o endividamento cada vez maior entre as famílias.
Talvez não seja apenas a classe média que está insatisfeita. Pelo menos, se observamos pela ótica da manifestação que aconteceu na sexta-feira passada na Reta da Penha, em Vitória. O protesto, organizado pelas redes sociais, reuniu poucas pessoas em frente à Petrobras em defesa da estatal e em favor da presidente Dilma.
Dilma foi eleita pelo voto popular, isso é um fato, e ver seu impeachment a essa altura do campeonato talvez seja uma utopia. A resposta da sociedade deveria ter sido dada nas urnas, mas a maioria da população acreditou nas promessas de campanha. O marketing foi bastante convincente e conseguiu iludir a maioria da população.
Uma pena. Agora reclamar pedindo a saída da presidente pode ser um pouco tarde, embora seja legítimo o ato de mostrar a insatisfação contra o Governo. Agora, pelo menos, é preciso acreditar e ser otimistas de que dias melhores virão. Que a crise econômica não se agrave ainda mais e as investigações contra a corrupção na Petrobras não acabem em pizza. (Foto: Sérgio Sarkis Filho)
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