Não bastasse os escândalos de corrupção envolvendo a cúpula nacional do PT, principalmente com o rombo causado pelos desvios de dinheiro na Petrobras, a situação do partido aqui no Espírito Santo também é bastante delicada. Até porque as investigações da Operação Lava Jato acabaram respingando na obra supostamente superfaturada da sede da Petrobras em Vitória durante a gestão do ex-prefeito João Coser, uma das principais lideranças da sigla no Estado.
Durante a semana, os holofotes viraram para Coser, que atualmente é secretário de Desenvolvimento Urbano do governador Paulo Hartung (PMDB), após a divulgação da informação de que a prefeitura está fazendo uma auditoria na concessão de licenças para a sede da estatal na Reta da Penha.
Coser, em nota divulgada à imprensa, negou qualquer tipo de irregularidade, mas integrantes na CPI da Petrobras, que tramita na Câmara, querem ter acesso aos resultados da auditoria. Em véspera de ano eleitoral, a imagem do partido fica ainda mais desgastada.
Embora tudo não passe de suspeitas, o PT capixaba dificilmente conseguirá convencer seu eleitorado diante de tantas denúncias. Vale lembrar que o partido já tinha sido reprovado na gestão Coser, quando ele deixou o Executivo com índices de popularidade nada satisfatórios e também quando a ex-deputada Iriny Lopes (PT) se lançou candidata nas últimas eleições municipais e sequer chegou ao segundo turno.
Paralelo a isso, os petistas ainda travam internamente outra disputa que causa um racha na sigla. Uma parte da legenda não aceita fazer parte do Governo Hartung, já que o próprio governador teria feito declarações contrárias à presidente Dilma Rousseff. O assunto está sendo discutido, inclusive, pela direção nacional.
Com o enfraquecimento natural por essas questões políticas, pelo menos na Grande Vitória, o PT não tem forças para disputar as próximas eleições municipais. Em Vila Velha, por exemplo, está difícil encontrar nomes de peso para brigar pelo Executivo. Da mesma forma na Serra, Cariacica, Viana e Vitória.
E para não perder ainda mais espaço, talvez seja a hora de uma mudança ideológica radical para salvar o que ainda restou do partido. Se é que já não tarde demais…
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