Deputados dizem que críticas à Escola Viva favorecem iniciativa privada

O clima mais uma vez ficou tenso no plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira. Após o deputado Sérgio Majeski (PSDB) voltar a criticar o projeto Escola Viva e divulgar o parecer da Comissão de Ciência e Tecnologia contra a votação do projeto, o líder do Governo na Casa, Gildevan Fernandes (PV), saiu em defesa do Executivo. Afirmou que o tucano é o único deputado contra a matéria, que garante ensino integral nas escolas públicas, e insinuou que o posicionamento do colega se deve para favorecer a iniciativa privada. Majeski é professor de uma rede de escola particular no Estado e que oferece o modelo de ensino semelhante na maioria dos seus estabelecimentos. A mensalidade varia, segundo Gildevan, de R$ 2 a R$ 3 mil.

Conversa fiada
Em tom de desabafo, a deputada Janete de Sá (PMN) se virou para as galerias do plenário e disse aos estudantes para não “cair em conversa fiada de político”. Segundo ela, o ensino integral garante melhores oportunidades futuramente no mercado de trabalho. Bastante exaltada, ela pediu aos alunos para abrirem os olhos e a mente “para não perderem as oportunidades”. Janete lembrou ainda que as escolas privadas não querem disputar espaço com alunos de escolas públicas, já que são bem remuneradas pelos pais que podem pagar suas mensalidades. Ficou parecendo mais uma alfinetada para Majeski.

Explicação
O parecer contrário do tucano ao projeto se deu, entre outros motivos, por ele não ter tido respostas de 10 requerimentos enviados ao Governo sobre o projeto. “É impossível votar um projeto desses que é inconstitucional, já que mais de 95% dos alunos não serão beneficiados quando a constituição garante igualdade a todos”.

Boicote
Ninguém confirma, mas ficou parecendo que os deputados membros da Comissão de Ciência e Tecnologia fizeram um boicote na reunião para votar o parecer de Majeski contra a Escola Vila. Marcus Mansur não apareceu, apesar de ter confirmado presença. Eliana Dadalto foi chamada pela Casa Civil e quando voltou foi participar de outra comissão. Majeski foi atrás dela, que decidiu abster-se da votação.

Virou piada
Logo que assumiu o mandato, o governador Paulo Hartung (PMDB) avisou: “Vamos ter que comer sal em 2015”, disse sobre as dificuldades financeiras. A declaração, no entanto, acabou virando piada nas redes sociais após o Governo criar e a Assembleia aprovar projeto que proíbe que estabelecimentos alimentícios disponibilizem sal nas mesas para os clientes. As sátiras não perdoaram Hartung. Uma delas dizia: prometeu e não cumpriu! Esse povo é muito criativo…

Guardião
A Mesa Diretora da Assembleia oficializou ao Tribunal de Justiça pedido de informações quanto à suspeita do uso do sistema Guardião do Governo para possíveis escutas clandestinas em celulares dos deputados estaduais. O líder do Governo na Casa, Gildevan Fernandes (PV), afirmou que não acredita em qualquer ação do Executivo em interceptar ligações telefônicas dos deputados.

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