O ex-chefe da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) Magno Pires não resistiu à polêmica em relação ao aumento de até 500% na cobrança da taxa de marinha no Espírito Santo. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial, mas ele só ficou sabendo da decisão pelo presidente do Conselho Popular de Vitória, Robson Willian, durante uma entrevista ao vivo em uma emissora de TV. Em conversa com a Coluna, Magno, que estava há seis anos no posto, explicou que foi vítima de um golpe político orquestrado pelo deputado federal Lelo Coimbra (PMDB), parlamentar que na semana passada se reuniu com o secretário da Secretaria do Patrimônio da União, Guilherme Estrada Rodrigues, e cobrou explicações sobre o aumento. “Me sinto injustiçado. É a primeira vez que vejo um agente público ser exonerado por cumprir a Lei. A intenção do deputado foi exonerar o superintendente e colocar nele a culpa do reajuste. Ele achou que com isso estaria dando uma satisfação aos seus eleitores”, disse. Ao contrário do que foi divulgado, Pires alega que o reajuste foi aplicado diante de uma Lei Federal e que atingiu 22 estados do país. É inegável a permanência dele na SPU ficou insustentável com a polêmica que foi criada em torno do aumento, mas sua saída já era dada como certa após o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e a entrada de Michel Temer (PMDB) no Planalto.
Perseguido
O próprio Magno Pires já tinha conhecimento que sua saída era uma questão de dias, já que se sentia perseguido politicamente. Ele afirmou que já tinha sinalizado a intenção de deixar o posto. Só estava esperando mesmo concluir alguns projetos. Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado, Pires agora mais do que nunca defende o desembarque do partido do Palácio Anchieta. “O PMDB é um partido que traiu a confiança do PT e não temos porque fazer parte disso”.
Deselegante
Antes de esvaziar as gavetas, Magno Pires lamentou a forma como se deu a exoneração. Segundo ele, em nenhum momento foi comunicado pela Secretaria da decisão. “Não houve respeito e nem consideração ao gestor que sempre defendeu o patrimônio da União no Espírito Santo”.
Contra-ataque
Em nota, o deputado Lelo Coimbra informou que Magno Pires perdeu as condições de continuar no cargo. “Os erros e abusos no aumento do valor da taxa de marinha foram determinantes”. Para o deputado, apesar da troca de comando, o problema não acabou. “Mantenho minha luta, na esfera administrativa e jurídica, contra essa taxa absurda”.
Liberado
Assim como já era esperado, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) escapou da expulsão do partido. Sua conduta estava sendo avaliada por ter votado favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) quando a orientação partidária era pela rejeição do processo. A punição será de apenas 40 dias longe do cargo. Com a decisão Vidigal pode continuar seu projeto de disputar a prefeitura da Serra.
Sem quórum
A semana dos deputados estaduais começou com muitos discursos e pouco trabalho na Assembleia Legislativa. Uma hora após o início dos trabalhos as votações foram suspensas por falta de quórum. Na ordem do dia, votação sobre a derrubada de um veto do projeto da deputada Eliana Dadalto (PTC) que declara como Patrimônio Cultural do Estado a Concertina. O parecer da Comissão de Justiça é pela rejeição do veto.
Modelo capixaba
Nas últimas semanas, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), esteve em Alagoas, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul e São Paulo para apresentar o modelo econômico capixaba para enfrentar a crise em tempos de queda de arrecadação. Hartung tem aproveitado os encontros para articular com os governadores um “movimento suprapartidário” para unir o país em torno de uma agenda de retomada do crescimento nacional. O chefe do Palácio já teve encontro com o governador José Ivo Sartori (RS) e Geraldo Alckmin (SP), que apóiam a iniciativa.
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