Manifestação que invadiu a Câmara pedindo intervenção militar tinha representantes do ES

Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

Pelo menos sete capixabas estavam entre os manifestantes que invadiram o Plenário da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (16), em Brasília. Eles saíram do Estado na última segunda-feira (14), numa caravana rumo à capital federal. A pauta do grupo era bastante difusa: apoio à ocupação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj); exaltação ao juiz federal Sergio Moro; intervenção das forças armadas por 90 dias e dissolução do Congresso Nacional e até o fim da ‘ditadura comunista’. Como dois integrantes do grupo capixaba fizeram campanha para o prefeito reeleito de Cariacica, Juninho (PPS), a oposição na Câmara de vereadores do município já estuda abordar o fato na sessão legislativa da próxima segunda-feira (21), como forma de capitalizar em cima da confusão. Além de capixabas, o movimento também tinha pessoas oriundas de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Tocantins, Santa Catarina e Pernambuco. Segundo a imprensa nacional, o grupo totalizava cerca de 50 pessoas.

Indagação

“Grupo de 50 manifestantes invade o plenário da Câmara dos Deputados saudando Sérgio Moro e pedindo intervenção militar. A pergunta é: como conseguiram tal feito? Quando os trabalhadores querem entrar aqui são tratados com truculência pela polícia legislativa”, disse Helder Salomão (PT). Vale ressaltar que houve tumulto entre os manifestantes e a polícia legislativa e que depois eles foram levados para depor na Polícia Federal, de onde só saíram no fim da noite.

Quem?

Magno Malta (PR-ES) ficou na dele e não comentou a prisão do correligionário e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR-RJ), que é suspeito de comprar votos em Campos dos Goytacazes por meio do uso de um programa social. Garotinho ainda não teve sua primeira noite de xilindró, pois teve crise de hipertensão e foi transferido para um hospital.

Em todas

José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos (PSD), não brinca em serviço. Além de bater ponto na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), também resolveu marcar aquela presença na agenda oficial da bancada capixaba com o presidente da República Michel Temer (PMDB). Como chefe da Casa Civil desde agosto deste ano, fica a cargo dele todo o trabalho de interlocução do governo do Estado.

Cadê?

Givaldo Vieira (PT), Helder Salomão, Paulo Foletto (PSB) e Magno Malta foram ausências sentidas na reunião da bancada com Temer. Foletto está em recuperação de uma cirurgia e Magno estava no Supremo Tribunal Federal (STF) tratando dos supersalários (sua nova bandeira). Já Helder e Givaldo não disseram se estavam com agenda incompatível ou se tudo não passou de questão ideológica.

Nada de ressentimento

Sem surpresas, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) deixou oficialmente a liderança do governo Temer no Congresso Nacional nesta quarta. Há meses a parlamentar reclamava de cansaço e de não poder se tratar direito do princípio de AVC, que sofreu em maio, por conta do volume de trabalho. Em conversa com a coluna, Rose disse que a escolha de Romero Jucá (PMDB-RR) para a função é natural e que a relação dela, de Temer e Jucá segue a mesma. No encontro da bancada, ela ficou ao lado do presidente.

Tudo isso?

Na reunião com Temer, parlamentares do Espírito Santo levaram seis demandas que envolvem as áreas de saúde, educação e infraestrutura. “No quarto item ele brincou perguntando se era um programa de governo”, disse o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), coordenador da bancada capixaba. Segundo Vicente, a piada aconteceu porque tudo estava bem separado e didático. Torçamos para que seja isso mesmo.