Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Weverton Campos ([email protected])
A rede social é uma das principais ferramentas – se não a principal – de interlocução entre a sociedade e seus representantes. Levantamento recente feito pela agência digital de pesquisa em mídia Medialogue aponta que, nos últimos três anos, 48 milhões de brasileiros passaram a acompanhar deputados e senadores nas redes sociais. O interesse, porém, nem sempre é retribuído. A bancada capixaba, por exemplo, abriu mão do instrumento e se calou diante da manutenção de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dos dez deputados federais e três senadores capixabas, apenas dois se manifestaram após o episódio que rachou a opinião pública. Em depoimento, o senador Magno Malta (PR-ES) disse que Renan errou ao não assinar notificação do oficial de Justiça após ser afastado, monocraticamente, pelo ministro Marco Aurélio na última segunda-feira (5), mas também criticou o magistrado por não ter ouvido anteriormente a opinião dos colegas do pleno da Suprema Corte. O outro que resolveu se manifestar foi Helder Salomão (PT-ES), que tachou o episódio de vergonhoso. Helder, a propósito, trouxe à luz aos seus eleitores a principal versão de bastidor que circula acerca da manutenção de Renan na presidência do Senado: retirada do regime de urgência do projeto que criminaliza o abuso de autoridade para juízes e membros do Ministério Público. Calheiros foi mantido na presidência do Senado por seis votos a três, mas está proibido de ocupar a presidência em caso de ausência de Michel Temer (PMDB) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) por ser réu em nada menos do que 11 inquéritos, mais o processo por desvio de recursos públicos que tramita na Suprema Corte. A decisão de exclui-lo da linha sucessória presidencial atendeu a pedido do partido REDE.
Recorde
Como prova de que as redes sociais não são brincadeira, a sessão que decidiu sobre o não afastamento de Renan da presidência do Senado foi a maior audiência do STF no YouTube. Às 17h50, 40.808 usuários assistiam à sessão plenária. O recorde anterior havia sido registrado no julgamento do mensalão, há quatro anos, quando a TV Justiça alcançou um pico de 39.434 visualizações.
Aniversário falante
Givaldo Vieira (PT-ES) e Sergio Vidigal (PDT-ES) ficaram quietinhos nas redes sobre o episódio de Renan Calheiros, mas já correram para parabenizar a Serra pelos 460 anos que comemora nesta quinta-feira (8). O prefeito Audifax Barcelos (REDE), é claro, também já entrou na roda.
Por enquanto
Em conversa com a coluna, o deputado estadual Amaro Neto (SD) garantiu que não está de saída do Solidariedade. “Não tem saída. Fico se o partido quiser que eu fique”, declarou. Após o período eleitoral, Amaro recebeu o convite de diversos partidos, mas não estaria balançado por nenhum – inclusive o PDT de Sergio Vidigal. Entretanto, ele não mede palavras ao afirmar que quer espaço para se movimentar e fortalecer a sigla para as próximas eleições, o que não conseguiu no PMB e motivou sua saída. Nesse propósito estariam reeleger Raquel Lessa (SD), o próprio Manato e “quem sabe” outro deputado federal. “Manato sozinho não consegue fazer isso, mas quero estar junto com ele”, disse.
Com a palavra, Manato
Carlos Manato, após conversar com Amaro na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), garante que o partido foi muito leal ao deputado estadual no período das eleições, ajudando no que pôde. “Para mim está tudo tranquilo. Isso é boato de quem quer desestabilizar as coisas”, diz.
Nas mãos de Paulinho
O futuro de Amaro no Solidariedade, porém, está nas mãos do presidente nacional do partido, Paulinho da Força. “Vamos dizer que o Manato consiga a vaga do Tribunal de Contas [TCE-ES]. Quem vai determinar quem é o presidente é o Paulinho. É um partido que precisa de musculatura para crescer. E isso quem dá é o presidente nacional”, afirma Amaro. Uma conversa, que aconteceria esta semana, entre o deputado estadual e Paulinho será remarcada em razão das turbulências em Brasília.
Nem que sim nem que não
O vereador reeleito de Vila Velha, Ricardo Chiabai (PPS), tem dito que só pensa na possibilidade de ser presidente da Câmara Municipal caso haja uma situação de consenso entre os pares. Entretanto, como todos sabem do interesse de Ivan Carlini (DEM) em disputar o posto novamente, o cenário que Chiabai deseja deve ser dificultado. Caso Max Filho (PSDB) realmente queira o vereador do PPS como “seu presidente” vai ter de entrar no circuito, aproveitando toda a abertura que tem recebido do Legislativo municipal.
Orientação
O TCE-ES promove, na próxima segunda-feira (12), a partir das 14h, um seminário de orientação a prefeitos, quando também será lançada uma ferramenta de transparência de informações fiscais e econômicas batizada de Cidades – Controle Social. Pelo sistema, será possível acompanhar a evolução de receita, despesas, gastos com pessoal, saúde e educação. O governador Paulo Hartung (PMDB) será um dos palestrantes.
Premiado
O gerente de Jornalismo da Rede Vitória, Alexandre Carvalho, foi homenageado com a Medalha Grazieli Loureiro na noite desta quarta-feira, na Ales, durante uma sessão solene dedicada a profissionais de Comunicação do Espírito Santo. A superintendente estadual de Comunicação, Andreia Lopes, também recebeu a medalha.
