Por Weverton Campos ([email protected])
Ao menos por ora, chegou ao fim nesta quarta-feira (25), após reunião com o governador Paulo Hartung (PMDB), a era Ferraço na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Theodorico (DEM), que tentava um quarto mandato seguido à frente da Mesa Diretora depois de conseguir com certo custo a aprovação da PEC da reeleição no ano passado, foi derrotado pelo desejo de ‘mudança’ na liderança da Ales. Apesar de ter mostrado força durante todo o processo, o poder de Theodorico foi escorregando pelas mãos . Começou com as derrotas no processo eleitoral, de certo modo compensadas pela entrada de Norma Ayub (DEM) – sua esposa – na Câmara dos Deputados, e depois com a resistência dos parlamentares em aprovarem a apelidada PEC da reeleição eterna. Neste período, muitos deputados falaram abertamente que não votariam de jeito nenhum em Theodorico. Não por terem algo pessoal contra o parlamentar, mas por entenderem que ele não oferecia mais as condições necessárias para permanecer no comando. Segundo os mesmos deputados, o governador Paulo Hartung também já vinha sondando o Legislativo há algum tempo, para saber como ele se posicionava em relação a um possível quarto mandato de Ferraço. Com exceção dos aliados de primeira linha do demista, a grande maioria não escondia o óbvio: Theodorico estava desgastado e sua permanência iria contra a oxigenação que a sociedade almeja. Chateado e rendido à indesejável realidade, Theodorico Ferraço mandou recados claros quando conversou com a reportagem do Folha Vitória após tomada a decisão de não disputar a presidência. “Do jovem ao velho, tem bons candidatos que podem significar mudança e renovação, que não têm a ver com idade. Porque tem ‘velho safado’ e ‘novo ordinário’, como tem velho bom e novo bom”, declarou o veterano político, pouco antes de afirmar que não iria disputar a reeleição na Ales para se concentrar na tentativa de reconduzir Norma Ayub à Câmara em 2018.
Prevenção
Mesmo com a atual situação, Theodorico Ferraço é dotado de um poder que ninguém da classe política subestima. Justamente por isso, alguns colegas do plenário avaliam que a demolição do demista da presidência da Casa faria parte de um plano de minar suas possíveis interferências em 2018. Entretanto, a fala do deputado sobre não deixar de “vigiar” apesar do término da sua “missão”, demonstraria sua permanência no tabuleiro.
Caça aos votos
Dizendo que sua indecisão vinha “atrapalhando” os colegas que têm interesse em disputar a presidência, Theodorico agora abre caminho para claras movimentações e manifestações de Erick Musso (PMDB) e, quem sabe, Rodrigo Coelho (PDT). A “ambição” pelos demais cargos na Mesa Diretora também já começou. Além do cargo de vice-presidente, que em alguns casos pode tomar decisões monocráticas na ausência do titular, ocupar a Mesa significa ter direito a mais vagas de assessores. E mais vagas significa poder acomodar mais aliados. Tem deputado perdendo noite de sono com tal possibilidade.
Absolvido
O prefeito de Mimoso do Sul, Ângelo Guarçoni Júnior (PMDB), foi absolvido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Púlico Estadual (MPES). Na denúncia, o MPES sustentava que houve fraude em um procedimento licitatório para aquisição de combustível.
Forte
Em entrevista concedida à coluna na última terça-feira (24), o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande (PSB), reitera que apesar de o PSB ter perdido prefeituras no Estado, foi um dos partidos que mais elegeu vereadores. Casagrande ainda diz que tem trabalhado para fortalecer o partido em âmbito nacional.
Mudança
“Não sei ainda o meu destino para o ano que vem”. Essa é a resposta do deputado estadual Sergio Majeski sobre sua permanência no PSDB. Segundo o parlamentar, apesar de o partido não interferir em seus posicionamentos, também não apoia. “Não posso contar com a parceria do partido para fazer o que faço”, diz. O parlamentar deve decidir até o meio do ano se concorrerá à reeleição na Ales ou se pretende dar voos mais altos, ainda que fora do ninho tucano.