Por Weverton Campos ([email protected])
A possível saída do governador Paulo Hartung do PMDB, que não necessariamente será para o PSDB, pode deixar o caminho mais livre para que a senadora Rose de Freitas (PMDB) viabilize sua candidatura ao governo. Sem Hartung, o PMDB carecerá de grandes nomes, apesar de ter em seu rol Lelo Coimbra, Guerino Zanon, Hércules Silveira, Luzia Toledo, Solange Lube, entre outros. Rose, que é ‘distante’ do governador correligionário, não admite tal interesse, mas em setembro do ano passado, em conversa com o Folha Vitória, afirmou que iria para a batalha caso essa fosse a vontade dos seus aliados e grupos políticos. Além disso, os movimentos de Rose vão de encontro a esse caminho, uma vez que buscou participar ativamente das últimas eleições municipais ao lado de candidatos a prefeito. Ela também é muito forte no interior do Estado. Resta saber se o PMDB de Lelo irá optar pela candidatura própria ou se apoiará o candidato do PSDB, que pode ser, por exemplo, Cesar Colnago ou Ricardo Ferraço.
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Apesar de ser forte no interior e ter um excelente trânsito entre os prefeitos do Espírito Santo e em Brasília, Rose de Freitas precisa ir atrás de mais capital. Em 2014, quando disputou o Senado, foi eleita com 776,9 mil votos, contra 522,9 mil de Neucimar Fraga (então PV) e 338,8 mil votos de João Coser (PT). Quatro anos antes, em 2010, Ricardo Ferraço (então PMDB) e Magno Malta (PR) foram eleitos com bem mais votos. Ferraço teve 1,5 milhão e Magno 1,2 milhão. Tudo bem que os oponentes eram menos expressivos. Na época, Rita Camata (PSDB) obteve 375 mil votos e Renato Almeida (PSOL) 277,9 mil.
Sem quebra de acordo
Em conversa com a coluna na tarde de quarta-feira (4), o presidente do PSDB Jarbas de Assis Júnior, que está curtindo merecidas férias, reiterou o acordo que o partido possui com Ricardo Ferraço. “Em 2018 o PSDB tem compromisso com o Senado para o Ferraço e estamos trabalhando para isso”, declarou. “Se Hartung for para o PSDB faremos o debate interno”, continuou Jarbas.
Campanha
Acontece que o atual melhor amigo político de Ferraço, Magno Malta, já lançou a campanha do tucano ao governo há algum tempo. Sendo esse o passo que Ricardo quer dar, terá de se entender com Colnago, que não estaria disposto a ficar apenas oito meses no Palácio. Isso se Hartung de fato não concorrer à reeleição. Na outra ponta, caso o atual governador vá mesmo para o ninho tucano capixaba a fim de alçar voo para o Senado, e Ferraço resolva ficar no Legislativo, os dois também terão de conversar.
Mais um
No PSDB, apesar de toda a densidade que possui, dizem que Hartung só seria ‘mais um’. Afinal, teria de dividir o ninho com Ricardo Ferraço, Cesar Colnago, Luiz Paulo, Sergio Majeski – que flerta com algumas outras siglas desde o ano passado e pode abandonar o barco -, Max Filho, e por aí vai.
Não casa
Tentaram aproximar Hartung e a REDE no Estado, mas sem êxito. O santo do governador e o da ex-senadora Marina Silva (REDE), porta-voz nacional da sigla, não batem.
Nomeado
Ivan Salvador, que já foi secretário de Obras de Guerino Zanon, é o novo titular da pasta de Esporte e Lazer em Linhares, que deve ser fundida com a de Turismo.