Um relatório da Polícia Federal, ao qual o jornal O Estado de São Paulo teria acesso, coloca o nome do deputado federal Carlos Mannato (SD), de uma assessora do parlamentar e de um capitão na linha de frente da comunicação e da logística do movimento que paralisou as atividades da polícia militar no Espírito Santo de 3 a 25 de fevereiro. A publicação ainda relaciona os nomes à rede política de Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Para limpar sua barra, Mannato disse à coluna que irá na próxima quinta-feira (2) à Polícia Federal oferecer a quebra do seu sigilo telefônico, já que ele nega ter insuflado o movimento. “Quinta vou entregar à PF a quebra do meu sigilo telefônico, entregar a senha do meu Facebook e pedir que só preservem assuntos de âmbito pessoal e familiar. O mundo caiu em cima de mim e eu não tenho culpa”, diz o presidente do partido Solidariedade no Estado.
Exoneração
Mannato promete ainda que irá exonerar uma funcionária comissionada de seu gabinete, companheira de um militar desligado da polícia, que teria incentivado o movimento de familiares, engrossado as filas em frente aos quarteis e ajudado a distribuir alimentos aos manifestantes, segundo o Estadão. De acordo com Mannato, o companheiro da assessora negou que ela estivesse tão envolvida no processo, mas como houve “quebra de confiança”, irá exonerá-la mesmo com a negativa. “Me colocaram numa situação delicada. Então o que posso fazer se não demitir? Não posso responder pelo que os outros possam ter feito”, diz.
Relação com Bolsonaro
Como é sabido pelo meio político, Mannato nunca escondeu que é apoiador de Bolsonaro, de quem ele diz ter pensamento ideológico ao menos 70% semelhante. Foi o líder do Solidariedade, inclusive, que trouxe o deputado federal do PSC a Vitória em março do ano passado, época do impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff (PT). Entretanto, Mannato nega ter conversado com Bolsonaro nos últimos dias sobre o “motim” da PM e apresentou uma conversa de WhatsApp à coluna em que ele tentava “seduzir” o pré-candidato à presidência da República a migrar para o Solidariedade.
Disputa ao governo
Conforme corre nos bastidores, a intenção de Mannato seria disputar o governo do Estado apenas se precisasse fazer palanque no Espírito Santo para algum candidato do SD à presidência. Mas esse não é o caso. Atualmente, os planos do deputado federal seriam se reeleger, manter alguns nomes no quadro, expandir a base e paralelamente quem sabe conseguir a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES). “Não tenho estrutura para ser senador, vou ser para governador?” ironiza. “Se ele [Bolsonaro] vier para o Solidariedade tenho coragem de ser candidato ao governo, prejudicando o meu mandato. Mas ele disse que o meu partido não lhe interessa, mas que estamos juntos em 2018. Ele está conversando com partidos grandes como o PR”, diz.
Anistia
Mannato foi um dos deputados que apresentou projeto de anistia aos policiais militares que participaram do movimento. Segundo ele, não por apoio, mas por análise do cenário. “Falaram que não podem demitir dessa forma, pois eles vão para rua e vai dar problema esse negócio. Agora não é o momento”, justifica. A opinião é diferente da do Ministério Público, governo estadual, governo federal e outros órgãos, poderes, entidades e parlamentares.
Governo
O governo do Estado, a partir do seu serviço de inteligência, apura interesses políticos e econômicos por trás do movimento de paralisação da polícia militar. Segundo afirmou o secretário de Estado de Controle e Transparência Eugênio Ricas à TV Vitória, mais de 80% dos responsáveis por distribuir boatos nas redes sociais são de fora do Espírito Santo e poderiam ter alguma ligação com Bolsonaro.
Reunião
O prefeito da Serra, Audifax Barcelos (REDE), recebeu o secretário de Estado de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, e discutir questões ligadas ao programa Ocupação Social no município.
Parque
O vereador de Vitória, Sandro Parrini (PDT), protocolou na Prefeitura Municipal indicação sugerindo a construção de um parque com trilha ecológica na Pedra dos Dois Olhos.
Agricultura
Por meio de uma PEC, o deputado federal Evair de Melo (PV-ES) defende que seja obrigatória a execução orçamentária e financeira das despesas aprovadas na Lei Orçamentária Anual que visem a financiar pesquisas científicas relacionadas à agricultura e à pecuária.