Por Weverton Campos ([email protected])
Após ser acusada por políticos e nas redes sociais por, supostamente, se encontrar às escondidas com familiares de policiais militares em sua casa para incitar o movimento de paralisação das atividades de segurança pública no Estado, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) resolveu divulgar uma nota de esclarecimento assinada pelo prefeito de São Mateus, Daniel Santana (PSDB), em que ele explica o teor do tal encontro. Na carta, o tucano diz que foi cumprir agenda de visitas com a senadora Rose de Freitas em relação às emendas liberadas pela parlamentar ao município, quando, a pedido das mulheres dos policiais que queriam diálogo com o governo, resolveu levá-las ao encontro da senadora. “Tanto eu quanto a senadora Rose tentamos intermediar a conversa entre as representantes do movimento com o governo do Estado para pôr fim ao movimento e, consequentemente, que os policiais voltassem as suas atividades”, diz o chefe do Executivo municipal. Agora, Rose usa a carta para tentar rebater os boatos.
Recados
Desde que a paralisação começou, foram muitos os políticos que vieram a público dizer que algumas figuras tentaram incitar o movimento. E que se não fosse a suposta atuação dessas personalidades, os policiais teriam voltado às ruas há muito mais tempo.
Nomes
Apesar de nomes não terem sido citados por esses políticos, os bastidores entendem que os recados foram para Rose e o deputado estadual Josias da Vitória (PDT), que teria ficado magoado por perder espaço no governo e na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
Denúncia
Em boletim de ocorrência registrado na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Eletrônicos na tarde do último dia 10 de fevereiro, Da Vitória enfatiza que todos os fatos narrados por uma mensagem que circulou pelas redes sociais são falsos e ofensivos à sua honra. A mensagem responsabilizava o deputado pelo movimento.
Ofensiva
O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou que o governo federal encaminhará ao Congresso um projeto de lei para regulamentar o direito à greve do servidor público. Todavia, de acordo com Temer, a formulação da proposta não teve início por conta da greve de policiais militares no Espírito Santo. É mesmo?
Perdão
Já o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), integrante da bancada da bala no Congresso, apresentou um projeto de lei que anistia os policiais militares do Espírito Santo pelo movimento paradista. Na justificativa da proposta, que vai na contramão da orientação do Palácio do Planalto, Fraga diz que os policiais estão há quatro anos sem reajuste e que o governo do Estado aprovou uma reforma da previdência inconstitucional.
Linha de crédito
A Prefeitura de Viana tem defendido a abertura de uma linha de crédito junto ao Bandes e ao Banestes para os comerciantes – sobretudo de micro e pequenas empresas – de todo o Estado que tiveram perdas por conta da crise na segurança. Segundo a Fecomércio, os prejuízos já ultrapassam os R$ 200 milhões.
Serra
O prefeito da Serra, Audifax Barcelos (REDE), se reuniu com o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, representantes do Exército e da Força Nacional para avaliar o impacto da crise da Polícia Militar no município e discutir propostas para a atuação da prefeitura.
Normalidade
O Ministério Público do Trabalho informou que o expediente volta ao normal nesta terça-feira (14), incluindo o atendimento ao público. Já o Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) informa que volta a realizar audiências a partir de hoje.