PH Vai ou não Vai?
A terça-feira começou com um “abalo sísmico” na política de dimensões tão arrasadoras quanto o que ocorreu há duas semanas. E o epicentro foi o mesmo: o Palácio Anchieta. No momento em que Renato Casagrande recebia oficialmente o apoio do bloco formado por PDT, PSDB e DEM, vazou a informação de que Paulo Hartung teria recuado da decisão de não concorrer à reeleição, e anunciado que vai, sim, encarar a disputa.
Diz que vai
Uma fonte do Folha Vitória, que é dirigente partidário e está em meio às negociações em curso, confirmou à coluna que foi chamado por Hartung nesta manhã ao gabinete dele. Lá, o governador teria afirmado que vai enfrentar Casagrande nas urnas. A justificativa dada foi a pressão exercida pelos partidos da base aliada para que revisse a decisão de não concorrer, e ainda, a falta de consenso em torno de um nome que o substituísse. A confirmação de que Hartung é, de novo, candidato à reeleição, deve sair ainda hoje.
Sem medo da opinião pública
Ainda segundo a fonte, Paulo Hartung não teme que movimentos tão bruscos quanto contraditórios – de primeiro anunciar aos quatro ventos que não é mais candidato, depois decidir exatamente o contrário – possam interferir na avaliação dele pela opinião pública. O governador estaria afiançado nas pesquisas recentes, que mostram que a atual gestão estadual está bem avaliada.
PPS, PHS e a vice da Casagrande
Cobiçada entre os partidos que apoiam o candidato do PSB ao governo do estado, a vaga de vice na chapa é disputada pelo PPS – que já indicou Vinícius Simões, e agora parece dividido entre Fabrício Gandini e Luiz Paulo Vellozo Lucas. O PHS também se acha no direito de indicar o nome, que é o do ex-deputado federal Jurandy Loureiro. “Ele tem o apoio das três convenções da Assembleia de Deus no Espírito Santo”, disse o presidente do PHS no ES, Rogerinho Pinheiro. Pelo visto, nome pro cargo de vice é o que não vai faltar.
Queda de braço no PSL
O Partido Social Liberal (PSL) vai bater o martelo amanhã sobre quem será afinal o nome do partido ao governo. Há um embate velado entre o coronel Carlos Alberto Foresti e o deputado federal e presidente estadual da sigla, Carlos Manatto. Foresti já anunciou que é pré-candidato desde junho, mas na semana passada Manatto disse que a executiva nacional prefere o nome dele. Antecipar a escolha seria uma maneira do PSL pacificar a questão antes da convenção estadual, marcada para o dia 31 de julho.
O fator Bolsonaro
Um problema real do PSL é a dificuldade de se coligar com outros partidos. A grife Bolsonaro, com suas bandeiras extremistas, prejudica alianças em todo o país. Aqui no ES, até o momento, apenas o PR acena se coligar.
Bolsonaro na convenção
A convenção estadual do PSL vai acontecer na próxima semana, na terça (31), às 19h, no clube Álvares Cabral, em Vitória, para o anúncio das candidaturas a deputado estadual, deputado federal e ao senado do partido. O candidato à presidência da república pela sigla, Jair Bolsonaro, confirmou presença no evento.
A pauta do terminal
A interdição do terminal rodoviário de Itaparica, em Vila Velha, já aguçou o faro do deputado estadual Marcelo Santos (PDT), que preside a comissão de infraestrutura do legislativo. Marcelo anuncia “visita técnica” para amanhã, em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia (Crea) ao local. Utilizado por cerca de 45 mil usuários do sistema Transcol, o terminal foi interditado por tempo indeterminado no último sábado (21).
A pauta do terminal II
A interdição foi feita pela Companhia Estadual de Transportes Urbanos de Passageiros (Ceturb). O órgão aponta falhas no projeto e na execução da obra que levam ao risco de desabamento da estrutura. Marcelo Santos requereu o laudo técnico da Ceturb, segundo ele, para apontar os responsáveis pelos erros de projeto e execução. A coluna vai cobrar os resultados da “visita técnica”, que não pode ficar apenas nisso.
Os cabeças, as pernas e os arranjos
Na corrida eleitoral, cada coligação é costurada na expectativa de que, em maior ou menor grau, pelo menos um dos nomes da lista de candidatos se destaque e seja puxador de votos. Ele se elege e ainda garante legenda para que mais alguém conquiste vaga. No PP, por exemplo, os cabeças são os deputados federais Marcus Vicente e Evair de Melo, que buscam a reeleição. Assim como Paulo Foletto no PSB e Sérgio Vidigal no PDT. O PSB crê ainda num bom desempenho do estreante Edmar Camata. Já o PPS aposta suas fichas no deputado estadual Da Vitória. A influência dos “cabeças” obriga a costura na composição de “pernas” a ser conduzida com sutileza. É que juntar muitos puxadores de voto na mesma coligação pode levar a “trocar os pés pelas mãos”.
MDB cheio de “cabeças”
Um caso é o MDB, que tem três deputados estaduais disputando a reeleição considerados puxadores de votos. São eles Doutor Hércules, Luzia Toledo e Zé Esmeraldo. Se, por um lado, eles trazem maior votação, por outro podem abocanhar todas (ou a maioria) das vagas de uma possível coligação, o que dificulta a aproximação de outros partidos com a sigla. O deputado Doutor Hércules disse que aguarda reunião com o presidente do MDB no ES, Lelo Coimbra, para saber como vai ficar a “perna” de estadual. “A gente está aqui segurando a peteca, está na hora de uma definição”, disse.