PSDB ainda não bateu totalmente o martelo
Apesar de tudo caminhar para uma formalização de apoio do PSDB à candidatura de Renato Casagrande ao Governo do Estado, não foi dessa vez que os tucanos afirmaram categoricamente que a aliança foi selada. Na convenção do PSDB ontem à noite, a definição foi delegar a decisão final à executiva estadual.
Dois PSDB’s?
Foi meio estranho, para quem esteve lá, ouvir duas falas tão contraditórias do partido com relação ao apoio à Casagrande. Afinal, a pedra de toque de toda sigla que não tem candidatura majoritária ao governo estadual é justamente quem o partido vai apoiar. E as falas foram bem distintas uma da outra.
Nosso governador
O senador Ricardo Ferraço (que teve o nome referendado para a disputa à reeleição), referiu-se a Casagrande como “nosso governador”, e ao final reafirmou que agora é só uma questão “burocrática”, e que o apoio à Casagrande já está confirmado.
Vice não confirma
Já César Colnago (o principal nome do PSDB na disputa à Câmara dos Deputados), mesmo deixando claro a tendência dentro do ninho tucano de apoiar o PSB, não confirmou que a questão foi definitivamente definida (desculpem a redundância, mas o caso o permite (e talvez até o exija). Afirmou que “não estamos fechando aqui hoje”, postergando para até o dia 5 de agosto (último do calendário eleitoral para homologar chapas) a definição sobre quem será afinal o candidato a governador do partido.
Tudo em paz
Depois de ir à imprensa, no final de semana, reclamar de um salto alto do PSB com relação ao partido, o PPS voltou a ficar “de boas” com os aliados socialistas. A reclamação teve o viés de externar a insatisfação com a insurreição de dois vereadores do PSB na eleição à Câmara de Vitória (ambos estão do lado da oposição ao prefeito Luciano Rezende) e com a dificuldade de encontrar uma coligação proporcional que torne o partido competitivo. No início da semana, Renato Casagrande publicou no facebook uma foto todo sorridente com Fabrício Gandini. É do jogo, que segue.
Bolsonaro na área
A expectativa para esta terça é a vinda do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que aterroriza esquerdistas e liberais pelos seus discursos inflamados, mas cai no gosto da direita radical e de boa parte da população que está indignada, e vem se mantendo no páreo apesar de todos os prognósticos em contrário. A aposta do momento para o fracasso do projeto Bolsonarista é a recente aliança do centrão com Geraldo Alckmin (PSDB).
Bolsonaro na área II
Ainda ontem, Jair Bolsonaro soltou mais de suas pérolas em cadeia nacional, durante entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura. Entre outras, afirmou que “não houve ditadura no Brasil”. Ele chega ao aeroporto de Vitória às 18h, sai em carreata até o clube Álvares Cabral, onde fará um “diálogo” com os presentes. Uma entrevista coletiva está marcada para às 21h30.
Agenda empresarial-militar
Bolsonaro permanece amanhã em Vitória. Vai participar de um foro de debates promovido pela classe empresarial do ES com todos os candidatos ao Palácio do Planalto, intitulado “Diálogo das Empresas Capixabas com os Presidenciáveis”. Será às 9h, na sede da Fecomércio. A tarde, às 13h, participará de um debate no Clube dos Oficiais da PM. A previsão é que volte ao Rio de Janeiro às 16h.
E o PT?
Nesse processo de conversas visando estabelecer apoios e coligações às eleições, o PT segue meio sem rumo. Tentou se aproximar de Renato Casagrande, mas fontes da coluna informam que o PSB não deu muito espaço para dialogar. Bandeou-se para o PTB tão logo foi anunciada a candidatura de Aridelmo Teixeira ao governo. Segundo uma outra fonte, de dentro do PTB, a sigla “tem critérios” e não aceitou a aproximação. Agora, já segundo fontes mais ligadas à esquerda, o PT ensaia candidatura própria, com Célia Tavares – ligada a Helder Salomão. Já o presidente da sigla, João Coser, esteve na reunião ampliada na casa de Rose de Freitas no último sábado. E há petistas históricos que preferem apoiar o candidato do Psol, André Moreira.