O monstro da Previdência

Previdência, um rombo a caminho

O Brasil encarou muitos “monstros” ao longo da história. Um deles foi a própria Coroa Portuguesa, que explorou a colônia por séculos e agiu com mão de ferro contendo revoltas contra os altos impostos e evitando o desenvolvimento estratégico de várias regiões. Outro foi o famoso dragão da inflação. Quem tem mais de 40 anos se lembra da figura medonha que grassava nas charges de jornais e revistas até o início dos anos 90. Há ainda o monstro do autoritarismo, que volta e meia foge da jaula e assim como o cuspidor de fogo não está completamente erradicado. Mas não há no horizonte de curto prazo um monstro tão horrendo quanto a dívida previdenciária.

Previdência, um rombo a caminho II

Para se ter uma ideia, esse monstrengo consome 12% do PIB do país. Os gastos orçamentários, hoje na casa de incríveis 58%, podem chegar a 80% de tudo o que o país arrecada em 10 anos. Isso só não deve acontecer porque – e não é necessário ser matemático nem especialista para afirmar – o Brasil vai quebrar antes. O fato é que, sem uma reforma na previdência, a solução é aumentar impostos e emitir moeda – quer dizer, à beira do abismo meter o pé no acelerador do calhambeque, causando ainda mais arrocho e trazendo o monstro inflacionário para a sala de estar.

Mudanças fundamentais

As mudanças consideradas fundamentais pelos especialistas são o estabelecimento de uma idade limite, para evitar que os mais ricos se aposentem tão cedo (em especial no serviço público), e a desindexação com o salário mínimo, garantindo o reajuste da aposentadoria com base na correção da inflação.

Situação local

Aqui no ES, apesar do quadro inspirar cuidados, ainda estamos numa situação menos pior do que a União e a maioria dos estados. Mesmo assim, só com o Poder Executivo, 14,6% da receita corrente líquida são usados para cobrir os déficits do Fundo Financeiro do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). De acordo com o secretário estadual de planejamento, Régis Matos, o déficit atuarial da previdência no ES deve fechar 2018 em R$ 1,9 bilhão, e vai atingir quase R$ 3 bi em 2030. “A partir daí, graças às mudanças realizadas desde 2004, começaremos a descer essa montanha, com redução gradativa nos percentuais de endividamento”, afirma.

Regime com três fundos

Matos diz que, enquanto a maioria dos estados não tem nada além de fundos com regime de repartição, o ES implantou em 2004 um fundo previdenciário com regime de capitalização, que passou a valer para quem ingressa no serviço público desde então. Além disso, a partir de 2014, foi criado um fundo de previdência complementar pelo qual a aposentadoria dos servidores só chega ao teto do INSS. Para receber mais, é necessário aportar percentuais dos salários em um fundo (Previs), nos mesmos moldes da previdência privada.

Análise

Mesmo assim, Régis Matos afirma que o problema previdenciário é hoje um dos principais entraves para que o Poder Público em geral possa cumprir o papel de utilizar a arrecadação em investimentos nas áreas sociais e em ações que promovam o crescimento da economia. “Não creio que o Brasil suporte mais 4 anos sem uma reforma nesse sistema. É um tema duro, mas tem que ser enfrentado”.

A história de Queimado

A prefeitura da Serra oficializa amanhã uma parceria com o Sincades, para a execução das obras de restauro das ruínas da Igreja São José do Queimado, no valor de R$ 1,3 milhão. A prospecção arqueológica do sítio (em um raio de 700 metros no entorno das ruínas) já foi realizada, e artefatos da época dos escravos, como vasos e quadros, também estão em processo de restauração.

A história de Queimado II

No local, ocorreu o maior evento antiescravagista da história do ES. Em 19 de março de 1849, após o não cumprimento de um acordo pelo frei italiano Gregório José Maria de Bene, aconteceu a revolta. O frei havia prometido a liberdade a quem colaborasse com a construção da igreja de São José. A rebelião, que contou com cerca de 300 escravos, entre homens, mulheres e também crianças, foi liderada por Chico Prego, que acabou enforcado em 1850.

Dia dos Pais

Depois de três anos de quedas consecutivas, as vendas do comércio para o Dia dos Pais cresceram 2,8% em 2018 na comparação com 2017. Os dados são do Serviço Central de Proteção ao Crédito. Em 2017, 2016 e 2015, houve recuos, respectivamente, de 0,5%, 5,2% e 0,8%.

Brasil Fake

Lançado pelo engenheiro especialista em tecnologia da informação Fernando Azevedo, o livro “O Negócio Sujo das Fake News” traz um retrato pouco animador para as eleições que se aproximam. Segundo ele, muitas técnicas mencionadas no livro (aplicadas nos EUA em 2016) estão vigorando a pleno vapor no Brasil em 2018. O que mais surpreende é que muita gente, mesmo sabendo que o conteúdo é falso, continua compartilhando, curtindo e interagindo com ele.

Brasil Fake II

Até mesmo quem se manifesta contra o post publicado,acaba contribuindo para a viralidade da notícia. A orientação do autor é que, em vez de interagir (ainda que seja para criticar o conteúdo), o correto é deixar um comentário com uma simples frase, rotulando aquele post como fake news, mentira, conteúdo falso, ou algo do gênero. Assim as empresas de Big Data que atuam no combate às mentiras on line terão mais condições de identificar e suspender as publicações.