Rebeldia nas Câmaras Municipais

Será a eleição?

Geralmente alinhadas com os respectivos poderes executivos de seus municípios, nos últimos tempos as Câmaras de Vereadores têm demonstrado uma incomum rebeldia. A coluna fica se perguntando se há alguma relação com o período eleitoral, afinal, sabemos que nesta época o ambiente político passa por circunstâncias pra lá de especiais.

Em Vitória

Na Câmara da capital do ES, por exemplo, tudo indicava uma eleição sem sustos para a composição da futura Mesa Diretora, com o encaminhamento da “bola da vez” para ser o presidente, o vereador do PPS Leonil Dias – preferido do prefeito e correligionário Luciano Rezende. Eis que surgiu uma chapa dissidente, que agregou vereadores até então aliados do prefeito e embolou o jogo com duas chapas na disputa. Ao final, houve um “recuo estratégico” dos dois lados e uma chapa de consenso foi formalizada. Mas sem a presença de Leonil em nenhum dos cargos.

Em Vila Velha

Tocada pelo vereador Ivan Carlini (DEM), a Mesa Diretora da Câmara de Vila Velha vem conseguindo sintonia ímpar com o prefeito – independente de quem seja -, numa relação que já entrou no sexto mandato do “eterno” Carlini. Mesmo assim, na semana passada, nada menos que todos os vetos dados pelo prefeito Max Filho (PSDB) a projetos vindos do legislativo foram derrubados pelos vereadores.

Em Cariacica

Apesar de algumas insurgências pontuais, o que predomina é a facilidade com que o prefeito Juninho (PPS) consegue aprovar os projetos de interesse na Casa, presidida por César Lucas (PV), que se mostrou alinhado ao prefeito desde o início. No entanto, de acordo com uma fonte da coluna, nas últimas semanas Lucas teria suspendido um movimento que vinha sendo estimulado por Juninho, de antecipar a eleição da Mesa Diretora. Em vez de atender, Lucas preferiu deixar a eleição para a data prevista (dezembro). Além disso, na semana passada todas as sessões caíram por falta de quórum e nenhum projeto foi votado.

Meu nome é Rose, meu número é… é…

A cena aconteceu no debate de segunda-feira, o primeiro entre os candidatos ao governo do estado, promovido pelo Movimento Negro do ES no Sindicato dos Estivadores. A candidata do Podemos, Rose de Freitas – que tinha chegado 20 minutos atrasada e parecia um pouco deslocada do contexto – demorou-se além do limite estipulado para as famosas “considerações finais”. Vendo a irritação dos demais candidatos, o mediador – o jornalista Alexandre Damázio -, pediu a ela que finalizasse. Rose então disparou: “Bom, já que o mediador está pedindo para eu terminar, eu me despeço pedindo que vocês votem em mim, meu número é… é…”. Houve uma risada geral, e um gaiato gritou da plateia. “É treze!”. Em tempo, o número do Podemos é o 19.

Inaugurando projetos

O deputado estadual Sergio Majeski (PSB) usou o plenário da Assembleia na última segunda-feira para criticar a realização de um evento do Governo do Estado, no qual foi anunciado o projeto da obra de pavimentação ligando as comunidades de Melgaço e Potratz, entre Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá. A obra é do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Inaugurando projetos II

Majeski disse que, ao pesquisar sobre o referido projeto, descobriu que o mesmo só estará pronto em dezembro. Ele não concorda com o fato do Governo do Estado promover uma cerimônia para anunciar um projeto cuja responsabilidade pela execução da obra vai ficar inevitavelmente para o próximo governante.

O que diz o Governo

Por meio da assessoria, o DER informa que em março deste ano foi dada a ordem de serviço para elaboração do projeto técnico da obra de pavimentação de trecho da ES 368 (Melgaço-Potratz). Segundo a nota, serão 19 km de asfalto ligando as duas comunidades entre os municípios de Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá, e os recursos já estão garantidos. O prazo para a conclusão é de um ano.

Melhorias no campo

Representantes da Associação dos Agricultores Agroecológicos do Assentamento Treze de Maio (Astimaio), de Nova Venécia, foram até o prefeito Lubiana Barrigueira (PSB) reivindicar construção de barragens e caixas secas, pois a crise hídrica ainda não acabou por aquelas bandas. Além disso, querem melhorias nas estradas e investimentos em saúde, esporte e lazer.

Melhorias no campo II

De concreto, saíram do gabinete do prefeito com o agendamento de uma visita técnica ao local, a promessa de um projeto para construção de uma unidade de saúde e a garantia dada por Barrigueira de que vai priorizar o atendimento às necessidades. O isolamento em que vive a maioria dos assentados é um entrave ao desenvolvimento das comunidades, e a carência de infraestrutura é fator comum entre elas.