O critério mudou
Para Aristóteles, o equilíbrio nas decisões está pautado na temperança ou justo meio (justa medida), necessário, segundo o filósofo grego, para evitar falhas no sistema, quer por omissão ou por excesso. Se olharmos as chapas majoritárias desta eleição no ES, veremos que a definição dos vices não foi pautada pelo critério aristotélico do equilíbrio de forças no jogo político.
O critério mudou II
O que aconteceu desta vez foi que todos os candidatos a governador escolheram alguém do mesmo partido, a chamada “chapa puro sangue”. Isso se deu tanto nos partidos que ficaram isolados, ou tiveram muita dificuldade para se coligar, caso do PT, do PTB e do Psol, quanto naqueles que obtiveram êxito em atrair um número maior de siglas, casos de PSL, Podemos e o campeão de alianças PSB.
Por que o critério mudou?
Em alguns casos, a opção pode ter sido feita por pura falta de opção das siglas isoladas do “arranjo de irmãos siameses” que é o sistema de coligações com governos de coalizão. Em outros, por excesso de opções, que poderia gerar uma guerra de vaidades, no melhor estilo “já que ninguém se entende eu vou de mim comigo mesmo”.
Vice pra que te quero
O cargo de vice, considerado figurativo, tem lá suas importâncias. Na ausência do titular, ele assume. Seja por motivo de viagem, férias, saúde ou, problemas com a Justiça. Neste último caso, o critério é o de garantir a centralização do poder no mesmo partido em caso de um afastamento mais prolongado.
Vice pra que te quero II
Além do equilíbrio de forças, a vaga de vice pode servir como complementaridade da persona do candidato maioral. Talvez isso explique o fato de que quase todos escolheram alguém do sexo oposto para a vaga (exceção do PSL).
Pragmatismo, tombos e rasteiras
Uma fonte da coluna que esteve nas tratativas pela escolha da vice de Renato Casagrande disse que tudo caminhava para o nome de Lenise Loureiro, depois de um acordo para colocar uma mulher no cargo. Mas os partidos coligados com o PPS de Lenise (principalmente o PP) não quiseram perdê-la na perna para deputado federal. Estima-se que ela tenha cerca de 30 mil votos, sem os quais haveria risco de eleger menos gente do que o previsto. O PPS tomou a pernada, e o PSB, que não teve nada com isso, viu a deixa para emplacar a “puro sangue” Jacqueline Moraes.
Perna grossa
Aliás, a perna de federal do PP/PPS/PHS/PROS/PCdoB, é um cenário de briga de foice no escuro. Com Da Vitória (PPS) podendo ultrapassar os 100 mil votos, segundo estimativas do mercado político, e havendo chances de eleger apenas dois na coligação, sobraria uma vaga para se digladiarem os atuais congressistas Marcus Vicente (PP), Evair de Melo (PP) e Givaldo Vieira (PCdoB), além de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PPS), Lenise Loureiro (PPS) e Sandro Locutor (PROS). Jogo duro, hein?
Tribunal de Contas
Após a coluna de ontem, e das várias manifestações recebidas aqui sobre o tema da escolha do deputado Rodrigo Coelho para conselheiro do TCEES, vale reafirmar que a coluna acredita que a inclusão de representantes do corpo técnico no Conselho pode aumentar a transparência e gerar análises e julgamentos mais técnicos, qualificados e isentos.
Tribunal de Contas II
Mas não defendemos que o Conselho de Contas seja formado exclusivamente por auditores de contas do Tribunal. A coluna vê o risco de um corporativismo que, ao longo do tempo, pode não se traduzir em garantia de análises e julgamentos totalmente isentos. Se nem os Tribunais de Justiça, nem os Ministérios Públicos estão 100% livres da cultura do corporativismo, não seria o TC uma exceção.
O melhor critério
O debate entre quadro técnico versus indicação política não esgota a questão, já que a própria Constituição Federal não estabelece limite a qualquer cidadão postular o cargo. Vale o registro da opinião do advogado especialista em Direito Constitucional Luciano Ceoto: “melhor seria que a assembléia permitisse a inscrição de qualquer um que satisfizesse os requisitos de notório saber e reputação ilibada, e a escolha se desse por sabatina pública e transparente”. Melhor seria.
Pesquisa fresquinha
Pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional dos Transportes, realizada em São Paulo, coloca Bolsonaro com 18,9% e Alckmin com 15%, num cenário sem Lula. A pesquisa é do instituto MDA, que ouviu cerca de 2 mil pessoas em 75 municípios. Depois vem Marina 8,4%, Haddad 8,3% e Ciro 6,0%. A informação é do site UOL.
Comer e comprar remédio
Enquanto isso, no Brasil da crise política e econômica, levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas mostra que os gastos com cartão de crédito para alimentação e medicamentos superam o uso do cartão para pagar combustível, roupas, calçados e acessórios. Os dados são de junho.
E a campanha ainda nem começou
Enquanto o calendário eleitoral não atinge o 15º dia de agosto, após o qual será possível dar início à campanha propriamente dita, a solução é seguir com os eventos temáticos e de prestação de contas para garantir visibilidade na pré-campanha. Na próxima sexta, 10 de agosto, às 19h, o deputado estadual e pré-candidato a federal Da Vitória (PPS) fará um, com o tema “Conversa de Futuro – o Estado que a Gente Quer”. Será na terra dele, Colatina. O detalhe é que “conversa de futuro” é justamente o nome do evento com o qual Renato Casagrande rodou o ES desde o ano passado. Outro detalhe é que Casagrande se fará presente ao evento, no clube ADC de São Silvano.