Racha por mitose
Paulo Hartung e Renato Casagrande atualmente são adversários, mas pertenciam ao mesmo grupo político – articulado e liderado por Hartung. Por mais de uma década, a chamada “unanimidade” ditou as regras, de modo que a “eclosão” de Casagrande de dentro do mesmo grupo pode ser comparada com uma mitose – processo biológico no qual o indivíduo se reproduz a partir de si mesmo.
Contradições
De todo modo, desde 2014 a rivalidade é explícita, e em 2019 se reedita – com papéis trocados – a partir da batalha de narrativas sobre a real situação financeira do Estado. Hartung garante ter deixado as contas equilibradas e um pequeno caixa de cerca de R$ 300 milhões para investimentos próprios, enquanto Casagrande começa a gestão sustando convênios firmados com prefeituras no final do ano passado e colocando em dúvida a saúde do erário.
Paz fiscal, guerra política
O único ponto de convergência (mas não de concordância) entre eles é o equilíbrio fiscal. Tyago Hoffmann, o secretário de Governo de Casagrande, diz que essa é uma conquista “dos últimos oito anos”. Já Hartung garante que o equilíbrio fiscal estava indo para o ralo e só se manteve após ele assumir o terceiro mandato.
Nem tão, nem pouco
A nós, simples mortais, calha parecer que nem Hartung assumiu um governo “em frangalhos” em 2015, nem Casagrande agora. O fato é que nos últimos anos a economia brasileira colapsou, aumentando as dificuldades para manter a sanidade fiscal e entregar os serviços públicos de que a sociedade necessita. O bastão – ou a batata quente – está mais uma vez nas mãos de Casagrande.
Foto da Coluna: Helio Filho/Secom ES.