A tese da disrupção
O PSL elegeu o presidente Jair Bolsonaro, 53 deputados federais e 4 senadores – e dezenas de deputados estaduais país afora – defendendo o que os cientistas sociais chamam de disrupção (quebra, ruptura). Além de combater a corrupção e “mudar isso que tá aí”, o partido defende bandeiras conservadoras e o endurecimento do Código Penal e da repressão policial à bandidagem.
Prática disruptiva?
Na última quarta (11), o oficial da Polícia Militar e deputado estadual pelo PSL, Capitão Assumção, parece ter extrapolado na teoria disruptiva. O discurso de justiça com as próprias mãos – oferecer recompensa pecuniária para quem matar um homicida – repercutiu em todo o país, deu holofotes a ele e levou à reflexão sobre os valores morais hoje em curso na sociedade.
Reações
Entre as autoridades e entidades – incluindo aí os partidos políticos – a reação foi a esperada. Todos criticaram a posição do deputado e enfatizaram a importância da confiança nas instituições e no arcabouço legal para a resolução da violência.
Reações II
Nas ruas – embora não tenha sido feita uma pesquisa de opinião específica -, a população parece dividida sobre o assunto, o que confirma que, apesar do aceite coletivo para com as convenções e tratados republicanos, há um sentimento popular de descrença nessas instituições. Se não recebeu apoio explícito, a atitude de Assumção foi vista com complacência por muita gente.
Espelho
Por mais difícil que seja, é inegável admitir que a fala de ruptura com os códigos legais e implantação de uma “política justiceira” tem eco numa parcela considerável da população. A gravidade disso é ainda maior quando autoridades constituídas passam a reverberar esse sentimento.
Desafio
Para além da indignação dos que creem nos fundamentos civilizatórios e da constatação da ineficiência do Estado em executá-los, o desafio é encontrar saída para a crise na segurança pública antes que mais brasileiros se deixem convencer de que o “olho por olho, dente por dente” é a alternativa capaz de fazer frente à calamidade que vivemos atualmente.
Foto da coluna: Pixabay.
Duro é saber que o partido que levantou a luta contas a corrupção não moveu uma palha para salvar o desmonte da lava jato e,c também, para criticar a sentença dada pelo STF ao Eduardo Bolsonaro, duro ver e não enxergar que este mesmo partido de calou as invertidas contra o COAF, PF e receita federal, Vergonha.
Quem é contra, matar quem mata uma mãe violentamente na frente de um filha, so ira mudar de opinião quando morrer un filho em seus braços morto por um bandido destes.