O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) foi o grande protagonista da sessão desta segunda-feira na Assembleia Legislativa (Ales). Em um discurso inflamado e cheio de acusações, perguntou “se o governo quer um líder com personalidade ou um pateta”. Enivaldo se mostrou claramente incomodado com sua destituição do cargo de líder do governo. Disse que, se faltou alguma articulação, foi da parte do Executivo.
Diálogo e briga
O parlamentar endureceu o discurso ao falar sobre o deputado Fabrício Gandini (Cidadania), acusando-o de fazer declarações nas redes sociais para insinuar que o ex-líder não é confiável. “Não entre em conflito comigo porque não é um bom negócio. Tenho disposição para dialogar e para brigar. Brigo na política e fisicamente. Não vem pra cima de mim porque tem que ter capacidade e mandíbula mais dura que a minha”, disparou Enivaldo.
Mesa diretora
O discurso foi longo, interrompido algumas vezes pelos que tinham os nomes citados – com exceção de Dary Pagung (PSB), que aproveitou para elogiar o look de Enivaldo (estava com bota e chapéu, fazendo referência aos produtores rurais). Segundo o parlamentar, o governo aponta que ele, então líder do Executivo na Casa, deveria ter comunicado a contrariedade do governador sobre a eleição aos deputados da base. Acrescentou não ter feito isso pelo fato de Freitas, do partido de Casagrande, estar na chapa eleita.
Casa Civil
Apesar de algumas situações apontarem o contrário, o secretário-chefe da Casa Civil, Davi Diniz, disse que a troca de líder do governo da Ales não tem relação com a eleição da Mesa Diretora. “O governador entendeu que era o momento de fazer mudanças e buscar nova interlocução com os deputados. Enivaldo sempre atendeu os pleitos do governo. Todos os projetos encaminhados à Ales foram aprovados. Só temos a agradecer”.
Guincho de veículos
O deputado Enivaldo também concorda que a saída dele da liderança não tem a ver com a eleição da Mesa. Mas não tirou por menos como o Executivo. Disse que sabia que sairia da liderança, na última quinta-feira, quando ficou sabendo de um contrato entre o Detran e uma empresa privada para o retorno das operação de guincho de veículos na região metropolitana. “É logico que todo mundo sabia que o dia que esse guincho voltasse ia ter meu ódio. Prefiro perder a liderança, mas não aceito que volte a reinar a máfia do guincho”.
Ação na Justiça
A última repercussão desta segunda sobre a polêmica antecipação da eleição da Mesa Diretora foi a ação na Justiça protocolada pelo deputado Gandini. O parlamentar pede a nulidade do pleito por considerar que vários deputados não sabiam da votação e que tiveram pouco tempo para articular chapas. “Quem detinha a informação que haveria eleição na última quarta-feira construiu uma chapa, que foi a única, e não permitiu a participação dos demais no processo”.