Felipe Rigoni perdeu as eleições para vereador em Linhares, em 2016. Dois anos depois se candidatou para deputado federal. Vendeu a imagem da renovação desejada por uma ala da sociedade cansada da velha política. Foi eleito com mais de 80 mil votos.
Protagonismo
No primeiro ano de mandato foi destaque por diversas vezes na Câmara
Federal, tendo mais protagonismo que figuras que há décadas esquentam uma cadeira na Casa. “Eu não esperava ter esse destaque. Mas hoje entendo porque aconteceu. Sempre tivemos uma atuação baseada em evidências científicas e no diálogo”.
Polêmicas
Depois de votar a favor da Reforma da Previdência, Rigoni teve problemas com o partido, o PSB, e chegou a ser ameaçado de expulsão pela sigla. “Não esperava essa reação. Tinha assinado uma carta garantindo independência na atuação no parlamento sem retaliações. Para mim, o partido era o PSB de Renato Casagrande, preocupado com o social mas responsável com a questão fiscal. Me enganei”. O deputado entrou na Justiça para pedir a desfiliação do PSB.
Educação
Dentre todas as pastas, a área da educação foi a que trouxe maior repercussão para a atuação de Rigoni no Parlamento. Ele faz parte da Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação (MEC) e foi um dos responsáveis pela produção de relatório sobre o desempenho do Ministério. Segundo ele, um dos momentos mais desafiadores no primeiro ano de mandato. “Os dados mostram que o MEC está complemente inativo. Apresentar as informações, aprovar na Comissão e lidar com a repercussão disso foi um momento difícil”. O deputado ainda foi um dos autores do pedido de impeachment do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub. “O ministro não executa o orçamento, só faz polêmicas e só quer lacrar nas redes sociais”.
Governo
O deputado criticou declarações feitas por representantes do Governo contra o Congresso. Há pouco mais de uma semana o general Heleno chamou os parlamentares de chantagistas. Na semana passada, o presidente Bolsonaro repassou um vídeo chamando para manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. “Essas declarações são prejudiciais e autoritárias. O presidente não pode fazer ataques às instituições”. Apesar das polêmicas o deputado é otimista quanto a aprovação de reformas importantes que devem chegar ao Congresso, como a administrativa e tributária. “Até agora nenhuma das coisas enviadas pelo Governo e tratadas como prioridade deixaram de ser aprovadas”.
Futuro
Ao ser questionado sobre o interesse de chegar à presidência da república, Rigoni não esconde a pretensão. “Lógico que passa pela cabeça, se for a melhor opção para o país. O projeto vem acima de tudo e se dentro desse projeto eu puder ser presidente, excelente”.
Harvard
O deputado será um dos palestrantes da Brazil Conference, evento anual realizado por estudantes brasileiros da Universidade de Harvard e do MIT, nos Estados Unidos. O capixaba falará no painel “Desigualdade: como nos tornarmos menos desiguais?”. “Estou orgulhoso especialmente por falar sobre desigualdade, um problema que o Brasil é especialista em criar. Quero me colocar cada vez mais à disposição para fazer um diálogo com qualidade”.