O futuro da política em meio ao coronavírus

Na pauta da agenda econômica nacional, há projetos importantes que estão para ser encaminhados pelo governo federal, como as reformas tributária e administrativa. Mas, em um cenário de pandemia do coronavírus, para especialistas que estudam o cenário político, a pauta da saúde vai ditar os rumos no País e no Estado. “É uma questão de segurança nacional. É prioridade. A questão biológica e sanitária está acima da política e econômica”, opinou o cientista político, Fernando Pignaton. 

O verdadeiro chantagista

O general Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro, chamou os parlamentares de chantagistas. O que estremeceu a já conturbada relação entre Congresso e Governo. Agora, parte da cúpula governista tenta usar a pandemia para passar reformas econômicas. “O ministro da Economia está pegando carona na pandemia. Infelizmente, com o tempo e dependendo da extensão da propagação da doença, o Congresso deve ceder a chantagem. A prioridade agora não são as reformas, e sim a saúde do povo”, defendeu o cientista político Aloísio Krohling.

Ideologia 

Os especialistas ouvidos pela coluna reforçam como o comportamento ideológico do presidente Bolsonaro, mesmo em momentos de crise, acabam por tirar o foco do país e atrapalham a tomada de medidas importantes. “Ele desdenhou e pagou caro por isso. Se tivesse levado a sério tomaria uma série de medidas que não permitiram que a equipe dele fosse infectada”, disse Pignaton se referindo aos casos de Fábio Wajngarten, secretário de comunicação do governo, e Karina Kufa, advogada de Bolsonaro que estão com a doença. 

 Contradições

Nesse mesmo sentido, Aloísio reforça as contradições do governo. “Primeiro falou que a grande mídia estava falando demais e que o coronavírus não era tao importante. Dois dias depois colocou a máscara. No fundo está sempre falando para o eleitorado dele. É um governo cheio de contradições”.  

União 

Em um cenário extremamente polarizado politicamente, Pignaton acredita que a união para se combater o coronavírus, nesse momento, pode ensiar muito ao país. “Talvez essa união que a biologia esimpondo agora sirva de lição para o Brasil criar um consenso mínimo entre as forças políticas de que é preciso investimento em ciência e tecnologia para ganharmos espaço entre as grandes nações do mundo”.