“Pode chamar do que quiser, mas é CPMF”

A coluna ouviu parlamentares capixabas do Senado e do Congresso sobre a Reforma Tributária, que está tramitando no Congresso Federal. Por enquanto, o texto apresentado pelo governo está sendo discutido pela Comissão Mista do Congresso. A coluna também perguntou o posicionamento dos nossos representantes em Brasília sobre a tentativa do governo de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF. Sobre isso, alguns preferiram não responder. Abaixo, as opiniões!

Felipe Rigoni (PDT)

A Reforma Tributária enviada pelo governo vai na direção correta, mas é incompleta. Precisa ser mais ampla e unificar todos os impostos sobre o consumo. Já em relação à nova CPMF – pode chamar do que quiser mas é uma CPMF – é um equívoco grande. É um imposto perverso, regressivo. A ideia que se fala é fazer o imposto para desonerar a folha. Mas, ajeitando impostos sobre consumo, renda e patrimônio, consegue-se essa desoneração sem precisar criar essas distorções, como uma CPMF”.

Helder Salomão (PT)

“A proposta de Reforma Tributária muda a metodologia de arrecadação dos tributos, mas mantém a injustiça tributária. Ou seja: os pobres continuarão pagando mais impostos e os ricos continuarão sendo menos tributados. Defendemos uma proposta que aumente a contribuição dos mais ricos e de maior renda e diminua a contribuição dos mais pobres. Precisamos taxar as transações financeiras e reduzir a carga tributária das micro e pequenas empresas”.

Soraya Manato (PSL)

Fiquei muito feliz que o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou a primeira parte da proposta da Reforma Tributária. Acredito que seja uma das principais contribuições que o Congresso Nacional dará à economia brasileira neste momento de crise econômica. Simplificar o sistema de pagamentos de impostos é essencial para ajudar as empresas a superarem a crise”.

Fabiano Contarato (Rede)

Tardia e retrógrada, a “Reforma Tributária” do ministro da Economia recria a CPMF, penaliza pobres e classe média, beneficia ricos, especialmente, bancos, e passa longe do receituário que atenderia bem a sociedade na questão: simplificação, progressividade e sustentabilidade.

Ted Conti (PSB)

“O País conta com uma carga tributária muito alta e esta é uma condição que precisa ser revista, porque prejudica muito o setor produtivo e impede, muitas vezes, o crescimento das empresas. A reforma precisa ser pensada para que melhore as condições de atuação dos empreendedores, sem o aumento ou o surgimento de novos impostos. Além disso, é preciso diminuir a burocracia. Hoje, no país, quem ganha menos é quem mais sofre com a carga tributária e isso precisa ser corrigido.”

Rose de Freitas (Podemos)

“Há mais de 20 anos ouço falar que nós vamos votar uma Reforma Tributária. E o País não aguenta mais tréguas, adiamentos. É fundamental nós entendermos que temos de ter uma pauta para trabalhar o futuro deste País. O pós-pandemia é assunto para discutirmos agora. A construção de um entendimento para cuidar do Brasil, para que nós possamos dizer: vamos fazer uma reforma tributária. Que não haja pensamento predominante, mas uma fusão de ideias, de posições”.

Amaro Neto (Republicanos)

“Defendo a Reforma Tributária, inclusive mais ampla, no entanto, a proposta entregue pelo governo ainda não foi discutida com profundidade para que tomemos posição. O sistema tributário brasileiro precisa ser desburocratizado. Neste momento em que buscamos soluções para a recuperação econômica é incontestável a necessidade de reestruturação do nosso modelo de arrecadação de impostos, para que se torne mais justo, eficiente e com menos peso do Estado sobre o cidadão”.