Para quem é da base bolsonarista no Senado, as duas primeiras semanas de CPI da Covid tiveram tom de perseguição. Para quem é oposição, os trabalhos iniciais mostraram a omissão do governo na condução da pandemia. Visões divergentes e bem representadas pelos senadores do Espírito Santo Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Podemos). Os parlamentares falaram sobre a CPI até o momento e opinaram sobre a situação do ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello.
“Caminhos tortuosos”
“Acredito que a CPI da Covid vem tomando caminhos tortuosos, sendo utilizada muito mais como uma ferramenta política do que, efetivamente, uma ferramenta de investigação. No meu entendimento, o pedido de habeas corpus do ex-ministro Eduardo Pazuello tem como base o desequilíbrio que temos percebido nas oitivas da comissão, principalmente por parte do relator. A AGU visa a preservar o ex-ministro Pazuello ao entrar com esse pedido”, opinou Do Val.
“Provas de sobra”
“Como delegado aposentado, posso dizer que essa investigação já tem provas de sobra. O silêncio só denotará sua confissão moral à opinião pública: não impedirá sua responsabilização. Recorrer ao habeas corpus é um direito de todo investigado, sobretudo daqueles que possuem motivos razoáveis para temer a prisão. Não é novidade ver alguém encrencado com a Justiça se socorrer do direito ao silêncio. A surpresa está em assistir ao espetáculo deprimente de ver general da ativa, de quem se espera coragem, se acovardar desse modo”, disse Contarato.
Decisão
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (14) garantir o direito ao silêncio ao ex-ministro da Saúde em depoimento à CPI da Covid, na próxima quarta-feira, quando o general da ativa poderá ficar calado no caso de perguntas que possam incriminá-lo.
Fake news
O ex-vereador de Vitória e atual assessor especial da Casa Civil do Governo do Estado Vinícius Simões, está sendo acusado por vereadores da Capital de divulgar uma fake news dizendo que a base da Guarda Municipal de Vitória vai deixar o Centro da Capital. O secretário de Segurança Pública do município, Ícaro Ruginski, desmentiu a informação e disse que a notícia falsa tem viés político.