Com oposição tímida, prestação de contas na Ales é amistosa

Dá pra contar nos dedos de uma das mãos o número de deputados que fazem oposição à Renato Casagrande na Assembleia Legislativa (Ales). Tímido em número mas barulhento quando quer. Não se pode dizer que foi o caso dessa terça-feira (06), na prestação de contas do governador referente a 2020. Até mesmo Capitão Assumção (Patriota), sempre pronto a esbravejar contra tudo o que não tenha a assinatura bolsonarista, pareceu se perder em meio aos próprios papéis.

Cadê as emendas?

Sobrou, portanto, para Carlos Von (Avante) e Torino Marques (PSL), Os dois reclamaram que por se comportarem de forma “independente” são prejudicados no pagamento de emendas parlamentares pelo governo estadual. Ao responder Von, Casagrande destacou a burocracia na tramitação de emendas e sugeriu que o deputado conversasse com Davi Diniz, secretário da Casa Civil.

Cadê as emendas II

Já Torino foi mais enfático. Disse que desistiu de falar com Davi Diniz e questionou: “Quem é o responsável por essa inoperância em executar os recursos que nós, deputados eleitos, destinamos?”. “A vida é feita de escolhas. Cada um escolhe o caminho que deseja seguir. Não sei te responder aqui detalhe de emenda, posso ver com a equipe que faz esse acompanhamento”, respondeu Casagrande. Torino ainda pediu que o governador deixasse andar aqueles que são independentes, “sem ter nenhuma amarra”. Casagrande voltou a argumentar: “É escolha. Quem quer ser independente tem que ser independente não pode pendurar sua independência em uma dependência”.

Perdeu força

Havia a expectativa de que os deputados que assinaram o pedido de abertura de CPI para investigar a aquisição de álcool gel pela Secretaria de Saúde “apertassem” Casagrande sobre o tema. Passou longe disso.

Ironia

O deputado Luciano Machado (PV), que não poderá ser candidato à reeleição por decisão da Justiça, usou seu tempo para perguntar se o governador será candidato à Presidência da República, em 2022

Simpatia

O deputado José Esmeraldo (sem partido) saudou toda a equipe do governo presente no Plenário, citando o nome de cada um, com elogio especial ao Coronel Ramalho, a quem chamou de “armário”. Tyago Hoffmann não participou porque, segundo a assessoria do governo, está se recuperando de uma cirurgia no joelho.

Resumindo…

Casagrande prestou contas de um período em que todas as energias foram gastas para evitar que o sistema de saúde do Espírito Santo entrasse em colapso. E não entrou, diferentemente do que ocorreu em outras regiões do País. Esse fato em si já coloca o governador em situação favorável frente a quem tem a função de fiscalizar os atos do Executivo. Fora isso, o Estado ainda manteve as contas equilibradas e a capacidade de investimento. É impossível, claro, não existir erros, contratempos e críticas. Mas a maior parte dos deputados não está inclinada, neste momento, a fazer isso, por todos os fatos mencionados acima, e porque 2022 está aí.