Entra ano, sai ano e o assassinato de mulheres continua sendo um desafio para a Segurança Pública do Espírito Santo. Embora o número geral de homicídios tenha caído 10% nesse ano, com relação a janeiro do ano passado (foram registrados 96 assassinatos neste ano contra 107 em janeiro de 2021), o índice de assassinato de mulheres aumentou e chegou a dobrar.
Nos 31 dias de janeiro foram registrados 14 assassinatos de mulheres – o dobro do registrado no mesmo período do ano passado (7). Dos 14 crimes, quatro foram enquadrados como feminicídios – quando a mulher é morta por questão de gênero, geralmente pelo companheiro ou pelo ex. O número de casos também representa o dobro se comparado com janeiro de 2021, quando dois feminicídios ocorreram.
Na região metropolitana, o assassinato de mulheres cresceu 300% (foi de 2 para 8 casos). Dos quatro maiores municípios da Grande Vitória, apenas a capital não registrou nenhuma morte violenta de mulheres.
Na região Sul, o aumento foi de 100%, de um caso registrado em janeiro de 2021 para dois, neste ano. A região Serrana, que em janeiro do ano passado não registrou nenhum crime contra a mulher, registrou um nesse ano. A região Norte registrou dois casos, como no ano passado e somente na região Noroeste, o índice caiu: de dois para um.
O município com o maior número de assassinatos de mulheres é Vila Velha, com cinco crimes. Vila Velha também está em primeiro lugar disparado no ranking dos homicídios gerais: foram 22 assassinatos em janeiro. Só a título de comparação, o segundo lugar é ocupado por Serra e Cariacica, com nove crimes cada. Vitória tem quatro. Ou seja, Vila Velha registrou o mesmo número de homicídios que os registrados na Serra, Cariacica e Vitória somados.
Os feminicídios, porém, ficaram concentrados no interior: um na região Norte, um no Sul, um no Noroeste e outro na região Serrana. O marido foi o autor da metade dos crimes, sendo o namorado e o ex-companheiro responsáveis pela outra metade.
Os dados são do Observatório de Segurança Pública do governo do Estado.