O deputado federal e presidente do PSD capixaba, Neucimar Fraga, disse que já foi feito um convite para o ex-governador Paulo Hartung se filiar ao partido e debater o cenário nacional como candidato a presidente da República.
“Conversei com Hartung há 20 dias. Ele está disposto, está muito empolgado com o convite. Ele está concluindo as tratativas com Kassab para se filiar ao partido e debater o projeto nacional como candidato a presidente da República”, garantiu Neucimar.
Segundo o deputado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é o nome hoje cotado para ser pré-candidato do PSD à Presidência da República, estaria dando sinais de que não irá disputar. “Kassab não falaria em outros nomes se Pacheco não estivesse declinando da candidatura”. E que PH teria a preferência na comparação com o governador gaúcho, Eduardo Leite.
Tanto Leite quanto Hartung foram citados pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, como possíveis quadros para a disputa presidencial, pelo partido. “Eu acho que Hartung tem mais nome que Eduardo Leite. Algumas lideranças nacionais veem Hartung com capacidade para liderar um projeto de nação”, afirmou Neucimar.
Sobre Pacheco, Neucimar dispara: “Pacheco, primeiro, tem que conquistar os mineiros, para depois conquistar os brasileiros”.
Nova citação
Em entrevista à CNN na tarde desta sexta-feira (04), Kassab citou novamente o ex-governador Paulo Hartung como possível nome à Presidência da República pelo partido, caso Pacheco não aceite disputar o posto.
“Eu acho que Pacheco será candidato, tal é a convicção que as pessoas têm em relação a uma candidatura do PSD que já começam a falar do Eduardo Leite, do Paulo Hartung. Até porque tem que se falar mesmo. São bons quadros e que têm muita afinidade com o PSD. Mas posso dizer que as coisas vão ser tratadas com muita naturalidade”, disse Kassab.
O cacique do PSD disse que Pacheco tem até o final de março para definir se será ou não candidato e evitou chamar os outros dois cotados para o cargo de “plano B”. Na última quarta-feira (02), Kassab já tinha citado o ex-governador capixaba como um “bom quadro” para a disputa numa outra entrevista. Também citou o governador Eduardo Leite.
Até pouco tempo atrás, a cotação era que Hartung entraria no PSD mas para disputar o Senado em outubro. Com o próprio presidente nacional do PSD “lançando” Hartung ao posto de presidenciável, a coisa muda de figura. Lembrando que, em 2018, PH chegou a ser cotado como possível candidato a vice-presidente.
Já neste ano, o partido não deve abrir mão de uma candidatura própria até porque, segundo Neucimar, Kassab já teria definido que não fica nem com Bolsonaro e nem com Lula no primeiro turno. “O acordo do Kassab com o partido é que não apoia nem Lula e nem Bolsonaro no primeiro turno. Vai ter candidatura própria e se não tiver, vai liberar a bancada. Se o candidato do partido não for para o segundo turno, também no segundo turno vai liberar a bancada”, afirmou.
Paulo Hartung ainda não se pronunciou sobre as citações ao seu nome como presidenciável.
Saia-justa?
Questionado se o fato do presidente nacional do seu partido ter dito que não apoiará Bolsonaro o constrangeria ou o atrapalharia no parlamento, já que é bolsonarista de carteirinha, Neucimar disse que não. “Cerca de 70% dos parlamentares do PSD apoiam Bolsonaro. Hoje o PSD faz parte da base de Bolsonaro, é um dos partidos mais fiéis ao Presidente”, afirmou.
Neucimar reafirmou sua postura de apoio a Bolsonaro. “O posicionamento do Kassab não espelha o posicionamento da bancada federal. Como ele não quer o partido dividido, ele mantém a opinião dele, mas respeita a nossa. Se não tiver candidatura própria, eu apoio Bolsonaro à reeleição”, disse Neucimar.
Pacificação regional
A “subida” do ex-governador Paulo Hartung para uma disputa a presidente da República também pacificaria o partido regionalmente. Isso porque a possibilidade de Hartung ser candidato ao Senado ou até mesmo ao governo já estava criando embates internos.
O prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD), foi um dos primeiros a se pronunciar de que estava “fechado” com Casagrande para a disputa à reeleição e que sairia do partido se o PSD não apoiasse o governador.
Já o presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael (PSD), é um dos que defendem que o partido não faça aliança com Casagrande. Há ainda os que querem candidatura própria ao governo.