Reunião entre PT e PSB para aparar as arestas

Congresso do PSB da Serra

O presidente estadual do PSB-ES, Alberto Gavini, vai marcar uma reunião com a presidente estadual petista, Jackeline Rocha, para aparar as arestas entre os dois partidos, criadas após o “encontro da discórdia” entre o governador Renato Casagrande e o ex-ministro Sergio Moro.

Duas semanas após o encontro, os ruídos entre as duas legendas que, nacionalmente, negociam caminhar juntas por meio de uma federação, continuam. O último episódio foi protagonizado pelo senador Fabiano Contarato que disse, em entrevista para o programa De Olho no Poder com Fabi Tostes, na rádio JP News Vitória, que o governador foi imprudente ao receber o ex-juiz e que o PSB esticou a corda.

“Cada um fala o que quer falar, porque faz parte do jogo político. Contarato se expressou, mas o PSB não esticou a corda. Estamos respeitando a dinâmica da conversa nacional, entre Lula e o PSB. As vezes existem questões maiores que afetam o Espírito Santo. A federação para nós traz algumas dificuldades, não é por ser o PT, são questões pragmáticas. Para o Espírito Santo não é interessante, nossas chapas estão montadas”, disse Gavini.

E é sobre essas questões que o presidente socialista quer conversar com os petistas. A reunião entre eles deve ocorrer na sexta-feira (04) após o Carnaval ou na segunda-feira seguinte (07). “Vamos conversar, de presidente para presidente, como ficaria essa federação. Ver quem tem candidato, a gente se juntando, o que vai dar isso. Vamos fazer contas para ver se vale a pena, se é isso mesmo”, disse Gavini.

Ele disse que a pré-candidatura de Contarato deve ser pauta da reunião também. Questionado se a candidatura do senador é ruim para os projetos do PSB, Gavini respondeu: “É da natureza do processo democrático. Claro que Casagrande e Contarato disputam o mesmo público. Pode até dividir um pouquinho os votos, se ele (Contarato) não vir, ajuda, porque pode melhorar a dinâmica no primeiro turno. Mas não temos nenhum tipo de problema com a candidatura dele. Nós admiramos a postura dele, quando ele se filiou ao PT, o governador ligou para ele para o parabenizar”.

Embora possa surgir, na reunião, a conversa sobre a possibilidade de uma retirada da pré-candidatura petista, alguns nomes da cúpula petista confirmaram para a coluna que a candidatura de Contarato é pra valer, principalmente se não fechar a federação.

PSB vai lançar Casagrande à reeleição

Gavini disse que já está marcado para o dia 27 de março, no Congresso Estadual do PSB, o lançamento do nome do governador Renato Casagrande à reeleição. Embora o governador não admita ainda que irá disputar, o partido fará o lançamento do seu nome.

“Já foi batido o martelo de que o lançamento será no dia do Congresso Estadual do PSB. É o partido que irá lançar, mas o governador estará presente. Ele não quer confundir as coisas, não quer antecipar o processo eleitoral porque dá muito problema. Casagrande não quer que isso contamine a relação dele com outros partidos políticos, por isso é o partido que fará o lançamento”.

Enquanto o congresso não chega, o PSB vai conversando com as legendas para formar uma frente ampla de apoio à reeleição de Casagrande. Uma delas é o Patriota, presidida pelo deputado estadual Rafael Favatto. Com a saída do deputado Capitão Assumção da legenda – ele foi para o PL –, a sigla partidária fica mais próxima de fechar com o governador, ainda que nacionalmente possa estar no campo oposto. Favatto tem boa relação com o Palácio Anchieta e não deve colocar obstáculos na aproximação.

Filiações

Outro assunto que deve ganhar corpo são as novas filiações no PSB, principalmente de nomes com mandato. Dois deputados estavam cotados para migrar ao ninho socialista: Janete de Sá (PMN) e Hércules Silveira (MDB), mas só um deve ir. Janete é a mais cotada.

“Iniciamos uma conversa com a Janete. Mas agora não é nem questão política, é matemática. Precisamos fazer contas. Ela ficou de fazer um exercício com o pessoal dela, ver quem mais virá e vamos voltar a conversar em 10 dias”, disse Gavini.

Nos bastidores, teria ocorrido uma resistência por parte dos deputados do partido na vinda de nomes com mandato, mas, segundo Gavini, a situação já está pacificada. “Se tiver que trazer uma pessoa, já conversamos com nosso pessoal. Tivemos uma reunião, com a presença do governador, e está apaziguado”, avaliou.

Freitas vai subir?

A chapa estadual do PSB deve ficar menos pesada já que há a possibilidade do deputado estadual Freitas disputar a Câmara Federal, e não a reeleição. Soma-se a isso, também, que já foi acertada a saída do deputado Sergio Majeski da sigla.

Se as duas movimentações se confirmarem, ficam apenas os deputados Bruno Lamas e Dary Pagung na sigla. Normalmente o partido do governador é o que atrai mais pré-candidatos e votos. Mas, se o partido decidir pela federação, e com o PT, todo mundo vai precisar fazer conta e contar com muita sola de sapato para se eleger.