Por sete votos contrários e só um a favor, a Câmara de Vitória rejeitou, na manhã desta segunda-feira (28), a moção de repúdio contra a vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes (PSB). O autor do projeto, Armandinho Fontoura (Podemos), foi o único a votar favorável ao repúdio.
Ele propôs a moção após a vice, em entrevista ao programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, na rádio Jovem Pan News Vitória, na última quinta-feira (24), ter questionado “como que alguém que é preto e pobre pode apoiar Bolsonaro?”. Jacqueline se referia a ela e ao marido – ambos negros e vindos da periferia – para justificar sua declaração de apoio ao ex-presidente Lula nas eleições deste ano. Ela disse, porém, que o marido apoia Bolsonaro.
Além de Armandinho que votou a favor, votaram contra os vereadores: Maurício Leite (Cidadania), Luiz Paulo Amorim (PV), Luiz Emanuel Zouain (Cidadania), Karla Coser (PT), Duda Brasil (PSL), Aloísio Varejão (PSB) e Camila Valadão (Psol). Já os vereadores Leandro Piquet (Republicanos), Dalto Neves (PDT) e André Brandino (PSC) se abstiveram, o vereador Denninho (Cidadania) não votou; Anderson Goggi (PTB) e Gilvan da Federal (Patriota) não estavam presentes e o presidente Davi Esmael (PSD) não vota.
Durante a sessão, Armandinho acusou a vice de racismo e preconceito em suas falas ao defender o projeto. A vereadora Camila Valadão, porém, disse que Jacqueline estava certíssima e citou diversas frases atribuídas a Bolsonaro que, segundo ela, seriam racistas e misóginas.
Já a vereadora Karla Coser disse que falta consciência racial e de classe na sociedade e o vereador Luiz Emanuel, que também votou contra, disse que, embora não concorde com a fala de Jacqueline, seria incoerente da sua parte querer censurar a opinião da vice, já que luta por liberdade de expressão.
O vereador Gilvan da Federal tinha protocolado uma moção de repúdio semelhante e, durante a sessão, as duas foram juntadas, votadas e derrubadas.