Os dois primeiros meses do ano fecharam com 164 homicídios no Estado, o que representa uma queda de 14,6% dos crimes com relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o assassinato de mulheres aumentou. Foram 22 assassinatos contra 14 do ano passado: um salto de 57,1% no índice de mortes violentas.
A taxa de participação dos crimes contra mulheres no índice de homicídios também é maior nesse ano e vem numa crescente. Em 2020, o assassinato de mulheres representou 9,2% do índice total de homicídios no Estado. No ano passado, o índice subiu para 10,1% e esse ano já representa 13,4%, segundo dados do Observatório da Segurança Pública do governo do Estado.
Das 22 mulheres mortas, quatro foram por feminicídio – quando a mulher é morta por questão de gênero, normalmente pelo companheiro ou pelo ex. Esse número é menor do que o registrado nos dois primeiros meses do ano passado, quando cinco mulheres foram vítimas de feminicídio (queda de 20%).
Os quatro feminicídios foram cometidos em janeiro – fevereiro não teve nenhum registro –, sendo um na região Norte, outro na região Sul, um no Noroeste e outro na região Serrana.
A Grande Vitória não registrou nenhum feminicídio, mas é a região com o maior número de mortes de mulheres por outros motivos: foram 12 assassinatos contra cinco no ano passado, um aumento de 140%.
O Sul do Estado, que no início do ano passado tinha registrado apenas um assassinato de mulheres, nesse ano já soma três. A região Serrana pulou de um para dois crimes; a região Noroeste registrou o mesmo número: três assassinatos, e a região Norte apresentou queda: de quatro para dois assassinatos de mulheres.
Já com relação aos municípios, Vila Velha ocupa o primeiro lugar no ranking de assassinato de mulheres, com nove crimes registrados. Na região metropolitana, a vizinha Vitória não registrou nenhum assassinato de mulheres, enquanto Serra registrou dois crimes e Cariacica, um.
Nos dois meses desse ano, uma a cada três mulheres assassinadas tinham entre 15 e 19 anos. O assassinato nessa faixa etária soma 27%. Já 20% tinham entre 40 e 44 anos e outros 20%, entre 45 e 49 anos. Dos 22 assassinatos, 77% das mulheres foram mortas por arma de fogo e 18%, por arma branca.
Queda nos homicídios
Nos dados gerais, a queda no índice de homicídios foi de 14,6%. Foram registrados 164 homicídios nos dois primeiros meses do ano contra 192 do mesmo período do ano passado. Com exceção da região Metropolitana, que teve um aumento de 6% (de 83 para 88 crimes), todas as outras regiões apresentaram redução.
A maior queda foi na região Sul, que de 25 crimes registrados em 2021 caiu para sete, nesse ano, uma redução de 72%. Em seguida vem a região Norte, com queda de 25% (de 40 para 30 homicídios). A região Serrana apresentou uma redução de 18,2% (de 11 para 9 crimes) e na região Noroeste, que registrou 33 assassinatos em 2021 e 30 nesse ano, a redução foi de 9,1%.
De janeiro para fevereiro deste ano também houve redução. Foram 95 assassinatos no primeiro mês do ano contra 69 do mês passado. O município com maior número de homicídios é Vila Velha, que registrou 41 assassinatos. Um aumento de 156,25% com relação ao mesmo período do ano passado, quando o município canela-verde havia registrado 16 homicídios.
O município de Vila Valério, palco recente de uma chacina, também chama a atenção. Foram registrados oito assassinatos nesse ano contra um, no mesmo período do ano passado. Dos 78 municípios, 34 apresentaram queda no índice de homicídios, 15 apresentaram aumento e 29 registraram os mesmos números que o ano passado.
O governador comemorou a queda dos índices de homicídios e agradeceu as forças de segurança nas redes sociais. “O Espírito Santo fechou o primeiro bimestre com 164 homicídios, o menor número da série histórica. Sabemos que temos muito trabalho pela frente dentro do programa Estado Presente, mas essa tarefa é de todos nós na construção de uma sociedade com a cultura de paz. Obrigado a todos os policiais”, escreveu Casagrande em sua página no Twitter.