Camata desiste da disputa e fica no governo

Edmar Camata /Secom-ES

O secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata, que era cotadíssimo para ser candidato nesse ano, desistiu de enfrentar as urnas e vai continuar à frente da Secont no governo do Estado.

Em janeiro deste ano, a coluna chegou a questionar Camata sobre a disputa e ele se colocou no jogo. Chegou a dizer que era o “noivo disputado” por conta da quantidade de partidos que o procuraram e afirmou que tinha interesse pelo Senado.

Na tarde de ontem (01), Camata participou do webinário “O papel das instituições públicas no combate às fake news”, promovido pelo Tribunal de Contas, e foi questionado pela coluna sobre o motivo de ter desistido. “A opção por não me candidatar tem a ver com o compromisso assumido com os organismos nacionais de controle e os projetos que vamos tocar por lá, como o Conselho Nacional de Controle Interno, do qual estou vice-presidente”, disse Camata.

O secretário disse que quer levar a agenda da sua pasta para outros estados e municípios e que o governador, Renato Casagrande, teria pedido para que essas entregas não fossem interrompidas. “Eu valorizo mais as entregas que me comprometi a fazer, do que ficar pulando de galho em galho”.

O “pular de galho em galho” tem a ver com o partido em que iria se abrigar e o cargo que poderia disputar. Camata nunca escondeu que gostaria de disputar o Senado e ontem confirmou. Mas, como esse ano, a disputa pela indicação ao nome do Senado na chapa de Casagrande está acirrada, não haveria garantia de que o secretário seria o escolhido.

“Recebi convites, mas confesso que me interessa muito mais a disputa ao Senado, pois é onde existe o debate de ideias com mais espaço para dialogar com o eleitor. Mas, as vagas ao Senado não são decididas nesse momento”, explicou Camata. Ele foi candidato a deputado federal no pleito anterior (2018), porém, sem sucesso.

Dentro do governo, outro secretário almejava o mesmo posto. O agora ex-secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, disse também que gostaria de disputar o Senado. Ele se filiou ao Podemos e, tudo indica, que deve disputar uma vaga de deputado federal.

 

A instabilidade de algumas siglas também pode ter entrado nessa conta. No último dia do troca-troca partidário, muitas legendas ainda não tinham a chapa completa.

Durante todo o dia de ontem, foi forte a movimentação e o burburinho de que algumas lideranças deixariam suas siglas, como por exemplo, o presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel. No final do dia, Gilson fez uma foto para dizer que o partido estava unido e iria para a disputa. A assessoria do Podemos nacional também confirmou que Gilson Daniel continua na sigla.

Os partidos têm até às 23h59 de hoje (02) para enviarem a comunicação ao TRE com a listagem dos filiados que irão disputar. O que significa que, até o prazo final, muitas mudanças ainda podem acontecer.