As cúpulas do PSB e do PT no Estado se reuniram ontem, com a presença do governador Renato Casagrande, para “analisarem o cenário eleitoral”, mas a definição sobre se as duas legendas vão caminhar juntas na disputa ao Palácio Anchieta foi adiada para o próximo mês.
“Foi uma conversa de aproximação, muito tranquila. Falamos do cenário nacional, para ver o que vai acontecer daqui pra frente. Nós (PSB e PT) somos companheiros de luta há muito tempo”, disse o presidente do PSB capixaba, Alberto Gavini.
No sábado passado (09), Gavini disse à coluna “De Olho no Poder” que abriria uma rodada de conversas com o PT nessa semana e que um dos objetivos era conversar sobre a possibilidade de PT e PSB caminharem juntos ainda no primeiro turno. “Nós não temos nenhum problema com a candidatura do Contarato, mas seria muito bom se não tivesse a candidatura dele”.
Ontem, porém, ao conversar com a coluna após a reunião entre os dois partidos, o presidente socialista disse que não houve nenhum encaminhamento e que o senador Fabiano Contarato continua candidato ao governo. “O PT fez uma análise da ótica da candidatura do Lula. Nós fizemos nossa análise sobre Casagrande. O PT está com a preocupação de fechar a federação. Estabelecemos uma linha para que daqui a um mês, um mês e meio, possamos tomar uma decisão”, avaliou Gavini.
Com relação ao governador, Gavini disse que ele não irá antecipar sua posição agora. “Ele vai governar, tem muita obra para entregar, não queremos que ele antecipe o projeto político”. Gavini deve agora reunir a Executiva para passar o que foi conversado e na semana que vem uma outra reunião deve ser feita com a cúpula petista. Segundo ele, as reuniões serão constantes – talvez semanais – até os dois partidos chegarem num consenso que, até o momento, parece distante.
No domingo (10), a presidente petista, Jackeline Rocha, demonstrou não estar disposta a abrir mão da candidatura própria para apoiar o projeto do PSB. “Hoje não tem espaço para que PT e PSB possam caminhar juntos, não tem como fazer uma caminhada, do ponto de vista de união eleitoral, no primeiro momento. Se tiver segundo turno, podemos conversar, mas hoje não é uma possibilidade abrir mão da candidatura própria”, afirmou Jackeline à coluna.
Ela disse que deve ocorrer nessa semana – estaria marcada para hoje – uma reunião da Executiva nacional para debater sobre a aliança Lula-Alckmin e também sobre a situação nos estados. E enfatizou que seria importante manter a candidatura ao governo para ajudar na eleição das chapas federal e estadual.
Cinco nomes ao Senado
Se, por fim, os dois partidos definirem pela caminhada juntos, outros pontos podem ser levados para a mesa de negociação, como a indicação, por exemplo, de um nome para a concorrida disputa ao Senado que já conta com três partidos da base aliada no jogo: MDB, PP e Podemos.
Hoje o PT conta com cinco pré-candidatos ao Senado: a ex-candidata à Prefeitura de Cariacica Célia Tavares, o vereador André Lopes, o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte, o ex-deputado Genivaldo Lievore e o engenheiro Valdir Castiglioni, que é presidente do Conselho de Cultura de Vitória.
Jackeline disse que os nomes não irão para convenção. Disse que o PT decidirá pelo seu representante na disputa ao Senado “através da convergência, diálogo e debate para unificar em um nome”.