O governador Renato Casagrande (PSB), durante discurso no XV Congresso Nacional do PSB, convocou lideranças do PT e do PSB para a construção de um consenso para vencer as eleições e, nas palavras dele, pacificar o país e voltar à civilização.
Casagrande, que é secretário-geral do PSB, foi a Brasília para participar do evento que ocorreu na noite de quinta-feira (28) e contou com a presença do ex-presidente Lula, da presidente nacional petista, Gleisi Hoffmann, do recém-filiado ao PSB Geraldo Alckmin, além de militantes socialistas.
“É necessário construir consenso, pacificar esse país, atuar nesse ambiente hostil, nesse tensionamento que nós temos. Tem uma parte da sociedade com comportamento desequilibrado, e nós temos que ter comportamento equilibrado. Parte minoritária com comportamento irracional, temos que ter racionalidade. Gente intolerante, temos que ser tolerantes. É urgente derrotar o autoritarismo, a incompetência e a mentira. E só vamos fazer isso se conseguirmos construir consenso entre nós. Temos que nos agarrar naquilo que nos une e não naquilo que nos diferencia”, disse Casagrande.
O governador enfatizou, por mais de uma vez, que o PSB deu um passo para a convergência e que, para a construção de um projeto de país, é necessário que os projetos pessoais fiquem de fora.
“Para uma ação política dessa, tem que deixar de lado projetos pessoais, deixar de lado as diferenças que a gente tem. Precisamos construir consensos para defender a democracia e buscar a redução das desigualdades desses país. O PSB dá um passo em direção à convergência. Estamos fazendo diferente, a autorreforma mostrou que nós podemos ser independentes, autônomos e, ao mesmo tempo, ser um cimento que unifique e construa um projeto unitário para esse país. É isso que estamos construindo nesse momento no congresso”, afirmou.
Casagrande ainda citou a experiência de Lula – por quem foi recebido com um caloroso abraço ao chegar à mesa de autoridades – e a de Alckmin, que formarão a chapa presidencial para as eleições deste ano.
O discurso de Casagrande bate de frente às movimentações que têm ocorrido com PT e PSB capixabas. No final de semana passado, uma briga num grupo de conversas expôs as desavenças, arestas e ressentimentos de lideranças dos dois partidos que, no Espírito Santo, têm candidaturas próprias.
Nas entrelinhas, Casagrande disse que o PSB fez seu dever de casa “cedendo” uma liderança para a eleição nacional e, mesmo sem citar a situação local, ficou no ar o impasse entre as duas siglas no Estado. Seria o discurso de Casagrande um recado direcionado à liderança petista local?
Coro de “Fora Bolsonaro!”
Logo no início do evento de abertura do congresso, o mestre de cerimônia anunciou que uma cantora iria entoar o Hino Nacional. Houve um breve intervalo e a plateia então puxou um coro de “Fora Bolsonaro”. Nesse momento, a filmagem do evento mostrou o gesto em apoio feito pelo governador Renato Casagrande, ao lado do prefeito do Recife, João Campos.
Em nota, o governador Renato Casagrande informou que não fez coro em nenhum momento aos gritos de “Fora Bolsonaro”. “No instante da gravação veiculada, a comitiva do PSB capixaba — a maior do evento e que estava próximo ao palco — gritava o nome do governador”, afirmou.
Torcida organizada
Mais de 30 pessoas foram chamadas para compor a mesa de autoridades do evento, mas ninguém foi mais aplaudido, com gritos de guerra e tudo, do que Casagrande e a vice-governadora, Jacqueline Moraes. Os militantes socialistas capixabas, que não são bobos nem nada, ficaram bem próximos a uma das câmeras do evento, que captou toda a animação do grupo.