A Casa Militar vai reforçar a segurança do governador Renato Casagrande (PSB) durante o período eleitoral. Casagrande anunciou nesta segunda-feira (11), em uma coletiva de imprensa, que vai disputar a reeleição e se mostrou preocupado com a escalada da violência política. Na madrugada do último domingo (10), um petista do Paraná foi assassinado a tiros, em sua festa de aniversário, por um apoiador de Bolsonaro.
“Nesse período eleitoral estamos avaliando, juntamente com a Secretaria de Estado da Segurança (Sesp), um protocolo específico com matriz de responsabilidades, tanto para Casa Militar, quanto para Sesp, devido aos últimos acontecimentos no Brasil”, afirmou o secretário chefe da Casa Militar, Coronel Aguiar, com exclusividade à coluna “De Olho no Poder”.
Questionado se esse protocolo significaria o aumento do quantitativo de seguranças pessoais do governador, Aguiar disse que sim. Ele informou ainda que haverá uma reunião interna da Casa Militar nesta terça-feira (12) para definir qual será o tamanho desse reforço na segurança (quantidade) e a partir de quando já começa a operar. “A segurança do governador, hoje, já é muito boa. O quantitativo de PMs é bom e bem preparado. Mas vai ter um aumento, sim. O percentual está em avaliação”, disse Aguiar.
A coluna questionou ao chefe da Casa Militar se a medida de reforçar a segurança do governador teria algum outro motivo, além dos acontecimentos nacionais, como, por exemplo, ameaça ou indício de algum risco, mas o coronel negou. “O governador nunca foi ameaçado, nem houve algo direcionado a ele”.
Segurança em comícios
Segundo Coronel Aguiar, a segurança pública em eventos políticos também deverá ser reforçada pela Polícia Militar, além de contar também com a atuação do setor de inteligência da Sesp, para monitorar e evitar qualquer ato que possa fugir da normalidade e colocar o governador em risco. E a medida não é somente para a proteção do governador.
“A Sesp tratará da Segurança Pública de modo geral, para que não tenhamos problemas no Espírito Santo. Não será nada exclusivamente para o governador. Vamos tratar de como atuar nas situações que se apresentarem, qualquer ato que venha alterar a ordem pública”, disse o chefe da Casa Militar.
Além do assassinato do petista no Paraná, dois comícios do ex-presidente Lula – um no Rio e outro em Minas – foram alvos de ataques, com o uso até de uma bomba caseira. Os dois autores dos ataques estão presos.
“Não podemos alimentar a violência”
Ontem, ao anunciar que será candidato à reeleição, o governador se mostrou preocupado com a segurança das eleições. Ele já tinha feito, no domingo, uma postagem em seu Twitter, lamentando o assassinato do petista paranaense. Ontem, retomou o assunto e disse ser necessário fazer com que a política saia do campo da agressão e volte para o debate de ideias.
“O nível de agressividade que temos assistido na política nesses últimos anos é de nos deixar desanimados. Quando tem qualquer agressividade gratuita ou mentirosa é Justiça na hora. Rede social não é lugar sem lei. Confio muito que a Justiça Eleitoral vai ser dura, mas nós cidadãos e cidadãs precisamos combater as fake news e a violência, porque corremos o risco de ter outras pessoas tombando, perdendo a vida num debate insano, sem necessidade. Não podemos alimentar a violência, não tem nenhuma ideologia política que possa alimentar a violência num sistema democrático”, disse Casagrande.
Questionado, durante a coletiva, se temia pela sua segurança, Casagrande sinalizou que sim. “Com relação à segurança, todos nós temos que temer. O ambiente não está normal. Eu tenho minha segurança, da Casa Militar, e eles têm que fazer essa avaliação, naturalmente. Todo mundo precisa estar mais atento. Porque do mesmo jeito que aconteceu no Japão, aconteceu no Paraná, aqui precisa de atenção. A gente tem que reduzir o tom. Minha tarefa como governador é acalmar o ambiente. Não posso, como governador, instigar. Mas isso não significa não ter preocupação”.
Durante a coletiva, porém, o governador não mencionou que sua segurança seria aumentada. Disse apenas que a Casa Militar iria avaliar se haveria a necessidade de um reforço.