Ex-secretário de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho vai para a convenção do Podemos nesta sexta-feira (29) sem saber se terá sua pré-candidatura ao Senado homologada ou não pelo seu partido. Ele vai na intenção de pedir a homologação, mas não sabe se será atendido.
“Eu vou pedir a homologação da minha pré-candidatura. Mas não sei se será homologada. Será decidido na hora”, disse Ramalho. Segundo ele, na noite de ontem, após um dia cheio de reuniões com a cúpula do partido, Gilson Daniel (presidente do Podemos) lhe deu um posicionamento.
“Eu recebi, ontem à noite, ligação do Gilson falando que teve uma reunião e que o cenário político estava muito conturbado e que ainda poderia mudar muito. Então, eles deixariam para tomar a decisão final no dia 5 de agosto, dentro da Executiva”, contou Ramalho.
Isso significa que independentemente de ter a pré-candidatura homologada hoje, a definição mesmo só deve sair no dia 5 (semana que vem) prazo final das convenções partidárias, podendo se estender até dia 15, prazo final para as alterações nos registros junto à Justiça Eleitoral.
Questionado sobre como se sentia com relação a essa indefinição, Ramalho disse estar angustiado. “Gera uma angústia, né? Uma preocupação. Temos um projeto, um idealismo voltado para a segurança pública, estamos desde 2 de abril percorrendo vários municípios, câmaras, conversando com lideranças, aí chega na convenção e não ter nada definido… Mas, ao mesmo tempo estou tentando me colocar no lugar das pessoas que tomam as decisões, que olham o partido como um todo, entendendo que não é um momento simples de se resolver”.
Ramalho tem do seu lado, para brigar por sua candidatura, o deputado estadual Marcelo Santos e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo. Também conta com o apoio de lideranças de outros partidos, como os deputados federais Neucimar Fraga e Da Vitória, ambos do PP. Disse ter outros apoiadores também, mas preferiu não citá-los.
Com relação às mudanças no cenário eleitoral e à corrida ao Senado, ocasionadas principalmente pela retirada de um dos principais nomes da disputa, o ex-prefeito Sergio Meneguelli (Republicanos), Ramalho evitou tecer comentários, mas admitiu que a saída de Meneguelli o beneficia.
“Não olho o retrovisor, nem a lateral, olho para frente. Coloco minhas propostas, não analiso a saída e a entrada de ninguém. Tenho recebido um calor muito grande das pessoas nas ruas, um reconhecimento muito importante pelo nosso trabalho. É claro que, todas as pesquisas apontavam o ex-prefeito com potencialidade para o Senado. A saída dele, sem dúvidas, abre um campo enorme de possibilidades”, avaliou.
Ramalho continua firme na intenção de disputar o Senado, sem cogitar “descer” para a Câmara Federal. “No meu coração não tenho pensado na Câmara Federal, tenho pensado no Senado. É o meu propósito”, disse o coronel da PM. O presidente do Podemos, Gilson Daniel, foi procurado, mas não se manifestou sobre o assunto.