Uma carta assinada pelo presidente do Conselho Político da Ceades (Convenção de Pastores e Evangelistas das Assembleias de Deus do Espírito Santo), pastor Joel Freire, e pelo presidente da CGADB – a convenção nacional da qual a Ceades faz parte –, pastor José Wellington da Costa Júnior, foi enviada para pastores e membros de igrejas Assembleia de Deus com orientações sobre o voto.
No documento, intitulado “Carta aberta aos líderes evangélicos, ministros e membros das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo”, o líder nacional de uma das maiores denominações religiosas do país pede votos para a deputada federal Lauriete Rodrigues (PSC), que disputa a reeleição, e para o presidente estadual do partido, Reginaldo Almeida, que disputa vaga à Assembleia.
“Os irmãos sabem da importância de termos deputados federais comprometidos com a Palavra de Deus, porque estando ali, eles certamente seguram (anulam) muitas leis que prejudicam nossa sociedade. Então, quero pedir aos nossos irmãos: orem pela nossa irmã (Lauriete), votem e procurem votos em favor de nossa irmã, para que possamos ter a continuidade de uma Frente Parlamentar Evangélica forte, ali na Câmara Federal”, diz parte da carta.
Numa outra carta, já falando de Reginaldo, pastor José Wellington diz: “Da mesma forma queremos pedir a você que ore a Deus, ore para o deputado Reginaldo, peça orientação e não somente ore, mas faça sua parte, vote nele e peça votos para que nós possamos ter na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo um legítimo representante da nossa Igreja Assembleia de Deus”.
De acordo com o pastor Joel, a convenção (uma de cinco presentes no Estado referentes à igreja Assembleia de Deus) agrega cerca de 650 ministros (líderes) e não se trataria de uma imposição aos membros, mas de uma “sugestão” sobre em quem votar. “A Carta não representa o apoio maciço da convenção aos referidos nomes, mas uma sugestão do presidente da Convenção Geral”, avaliou.
Quanto aos nomes ao Senado e ao Governo, a convenção ainda não se manifestou. Pesquisas de intenção de votos têm mostrado uma busca pelo voto religioso, principalmente o evangélico. E analistas políticos avaliam que o voto, principalmente da mulher evangélica, pode ajudar a definir a eleição, principalmente a nacional.
O tema, porém, é polêmico e divide lideranças evangélicas. De um lado, os que acham que as igrejas devem ter um candidato para representar suas pautas. Do outro, os que pregam que não é função da igreja eleger políticos e são contra o anúncio de apoio a candidatos.