Seja do partido, de vaquinhas online, da doação de amigos e simpatizantes, de jantares ou do próprio candidato. Fato é que não se faz uma campanha eleitoral, principalmente majoritária, sem dinheiro. Venha ele de onde vier.
Desde que foram proibidas as doações empresariais e que a legislação eleitoral definiu um limite de gastos, as campanhas ficaram mais baratas, mas, ainda são um desafio principalmente para quem não tem mandato político ou está num partido sem estrutura – ou sem disposição – para investir. E aí, para colocar o bloco na rua, a única saída é enfiar a mão no bolso e bancar a própria candidatura, o que vem acontecendo com muitos candidatos das chapas majoritárias.
Entre os candidatos ao governo do Estado, quem mais investiu recursos próprios até agora foi o candidato do Novo, o empresário Aridelmo Teixeira. Com um patrimônio avaliado em R$ 29,8 milhões, Aridelmo doou para sua campanha R$ 225 mil. Sua doação corresponde a 84,8% de todo o dinheiro que tem até agora para pagar os custos de sua campanha.
Segundo a assessoria, Aridelmo se preparou nos últimos quatro anos para a disputa. “Ele economizou ano a ano para poder investir na comunicação da sua campanha. Nós, do Partido Novo, não aceitamos o uso do Fundo Eleitoral. Por isso, as nossas campanhas são mais baratas e com mais debates ideológicos e de propostas para o povo. Aridelmo se preparou e pretende gastar até 5% do valor permitido por lei para os candidatos a governador. Infelizmente, os outros candidatos já gastaram um dinheirão, milhões que saíram do nosso bolso, direto do fundo eleitoral”, disse a assessoria.
O limite de gastos para a campanha de governador do Espírito Santo no 1º turno é de R$ 7,1 milhões e 5% desse valor representam R$ 355 mil, que é o que Aridelmo pretende gastar com a sua candidatura. Ele já arrecadou R$ 275.380.
Em segundo lugar dos que mais investiram recursos próprios está o candidato ao governo do PSD, Guerino Zanon, que tirou de suas economias R$ 220 mil ou 81,5% de tudo que conseguiu arrecadar até o momento (ele tem R$ 270 mil ao todo). Ele declarou R$ 738 mil de bens à Justiça Eleitoral. Guerino, por sua vez, não costuma falar sobre o investimento total que pretende fazer em sua campanha, segundo sua assessoria.
Dos sete candidatos ao governo, quatro já enfiaram a mão no bolso. Além de Aridelmo e Guerino, Carlos Manato (PL) doou R$ 5 mil, que somaram aos R$ 142.410 que conseguiu arrecadar até agora. Conforme noticiou ontem a coluna, Manato é, entre os candidatos do PL que disputam o governo, o que menos recebeu dinheiro do seu partido. Cláudio Paiva (PRTB) investiu R$ 2.700, dos R$ 3.860 que têm até o momento para pagar seus gastos de campanha.
Os outros candidatos ainda não usaram de seus recursos para custear a campanha. Renato Casagrande (PSB) arrecadou R$ 4,1 milhões; Audifax Barcelos (Rede), R$ 4 milhões, e Capitão Sousa (PSTU), R$ 7.164.
Escorpião no bolso dos candidatos ao Senado
Já entre os candidatos ao Senado, o único que abriu a carteira foi Filipe Skiter (PSTU). Ele doou R$ 1.000 dos R$ 15.570 arrecadados para sua campanha até agora. Três candidatos ainda não registraram a movimentação financeira na plataforma do Divulgacand do TSE – Antônio Bungestab (PRTB), Idalécio Carone (Agir) e Nelson Júnior (Avante).
E outros três candidatos estão na casa dos milhões. Magno Malta (PL), conforme a coluna noticiou ontem, arrecadou R$ 2.222.792,00. Erick Musso, do Republicanos, tem para a campanha R$ 3.341.500. Chama a atenção que ele recebeu mais recursos do União Brasil – partido que está em sua coligação e lhe doou R$ 1,8 milhão –, do que do seu próprio partido, que lhe repassou R$ 1,5 milhão. Para desespero dos candidatos do União que já reclamaram da falta de recursos.
Mas quem está na frente em termos de arrecadação é Rose de Freitas (MDB). Ela já recebeu R$ 3.796.000, sendo que 99% desse recurso vem do diretório nacional do seu partido. Gilbertinho Campos (Psol) recebeu R$ 299.247,24 para gastar na campanha e Coronel Lugato (DC) conseguiu arrecadar R$ 83.653, do seu partido também.