Após ter postado um vídeo debochando das invasões às sedes do Congresso, do Planalto e do Supremo, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) divulgou uma nota à imprensa afirmando que não compactua com atos de vandalismo e depredação de patrimônio público.
No vídeo que viralizou em grupos de conversas, Assumção, em tom irônico, diz: “Pessoal, hoje é 8 de janeiro de 2023. Alguém pode verificar se essas imagens estão acontecendo agora, nesse exato momento, em Brasília, no Congresso Nacional?”, questiona no vídeo, aos risos e com a legenda: “A Casa é do povo”.
Em seguida, ele divide a tela do vídeo com imagens de Brasília dos vândalos invadindo a sede do Congresso. Durante a exibição das cenas, Assumção dá risadas e conclui: “Já dizia aquela máxima: Supremo é o povo, não é verdade?” O vídeo tem 1 minuto e 20 segundos e, após ter sido visualizado por milhares de pessoas, foi apagado. Desde o dia 15 de dezembro, Assumção está proibido, por força de decisão judicial, de usar as redes sociais.
Na “nota à sociedade”, divulgada por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado diz que está sendo alvo de ataques por parte da esquerda. “Todas as pessoas que conhecem a minha índole legalista e cristã sabem que sempre atuei como parlamentar dentro da Constituição e nunca defendi ou autorizei a utilização da minha imagem em associação com atos de vandalismo”.
Ele admitiu ter postado o vídeo – o que descumpre a ordem judicial –, mas afirma que a postagem foi anterior aos atos de depredação. No vídeo, porém, é possível ver que já havia ação de forças de segurança jogando bomba de efeito moral para tentar impedir a ação dos invasores.
“Registro ainda que o vídeo vazado pela imprensa (excluído momentos depois de publicado) foi feito antes do início dos atos de depredação do patrimônio, ocasião na qual simplesmente lembrava que o supremo poder emana do povo”.
Ele termina a nota dizendo que jamais desrespeitou o Judiciário e o Ministério Público. “Por fim, reafirmo meu compromisso com a democracia e mais uma vez reforço que jamais busquei desrespeitar a autoridade das instituições brasileiras, incluindo o Poder Judiciário e o Ministério Público”.
No último dia 15, Assumção foi alvo de um mandado de busca e apreensão e de várias medidas cautelares pedidas pelo Ministério Público e autorizadas pelo STF. Ele é acusado de participar de atos antidemocráticos e de supostamente integrar uma milícia digital.
De uso de uma tornozeleira eletrônica, ele está proibido de participar de eventos públicos, sair do Estado, dar entrevistas e publicar em redes sociais. Em caso de descumprimento, a pena é multa diária no valor de R$ 20 mil.
A coluna De Olho no Poder noticiou a postagem do vídeo e, antes da coluna ser divulgada, contou 29 vídeos no perfil de Assumção no Tik Tok após o dia 15 – data da proibição. Após a repercussão, o perfil do deputado foi apagado.
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