Numa decisão monocrática, o corregedor-geral da Câmara de Vitória, Leonardo Monjardim (Patriota), definiu que as duas representações que foram protocoladas na Câmara de Vitória contra os vereadores Armando Fontoura e Chico Hosken (Podemos) vão tramitar separadamente.
Ele convocou uma reunião da Corregedoria para a tarde desta terça-feira (02), quando irá sortear o vereador que será relator da ação contra Hosken. Na última quinta-feira (27), Monjardim admitiu o processo que pede a cassação do mandato do suplente de Armandinho por quebra de decoro.
Porém, durante a reunião, foram levantados questionamentos se os processos deveriam ser anexados ou tramitarem de forma separada. O vereador Davi Esmael (PSD) defendeu que os dois processos estão interligados e deveriam ficar com o mesmo relator, no caso, com a vereadora Karla Coser (PT). Monjardim ficou de consultar a Procuradoria para tomar uma decisão.
“Embora os processos tenham correlação, nesse momento não há necessidade de anexar um ao outro. Entendo que a admissibilidade dos dois processos se deu de forma individualizada, os dois tiveram motivos isolados, autores separados e penso que tenha que ter dois relatores”, disse Monjardim. E completou:
“No decorrer do processo, se compreender que um processo abrange o outro, aí sim. Mas, não podemos trabalhar com suposição. Nesse primeiro momento, na fase de instrução, acho que são duas ações distintas”.
O corregedor disse que se baseou no novo Código de Ética da Câmara e que assume a responsabilidade. “Diante disso, eu optei por assumir a responsabilidade e tratar individualmente cada processo, para poder aprofundar mais a apuração dos fatos apresentados”.
Hoje, também, Monjardim vai convocar o assessor parlamentar Washington Bermudes para prestar depoimento. Ele foi citado pelo empresário Sandro Rocha como o autor do documento que Sandro teria assinado “por engano”. A assinatura de Sandro aparece na representação que pede a cassação do mandato de Armandinho, mas o empresário nega.
Sandro alega que foi procurado por Washington para assinar um documento de uma audiência pública para debater sobre o caso e não para pedir a cassação do mandato do vereador. Washington é assessor de gabinete de Chico Hosken.
Com base na versão do empresário, o segundo suplente de Armandinho (que agora é primeiro suplente), Neno Bahia (Podemos), protocolou uma representação contra Hosken, afirmando que o vereador estaria participando de uma armação para cassar o mandato de Armandinho – que está preso desde o dia 15 de dezembro por determinação do STF. Com Armandinho cassado, Hosken herda a cadeira de vereador. Com Hosken cassado, quem herda é Neno.
“O bem sempre vence o mal”
No final de semana, Hosken gravou um vídeo para se defender das acusações, pediu oração e disse que tudo será superado. Ele, porém, não deu uma palavra sobre a suposta participação do seu assessor. O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e na lista de contatos do vereador, via aplicativo de mensagem.
“Vocês devem ter ouvido que meu suplente pediu a cassação do meu mandato para que ele assuma em meu lugar. Quero agradecer a vocês e pedir que continuem orando, rezando. O bem sempre vence o mal. (…) O meu suplente resolveu fazer uma suposição dizendo que eu teria induzido o senhor Sandro a entrar com pedido de cassação contra Armandinho. Sandro nunca falou do meu nome (…) Mas, tudo vai ser superado e nós seremos vencedores. Vocês conhecem minha seriedade, trabalhei 37 anos numa empresa e nunca tive nenhum processo”, afirmou Hosken.
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