Em terceiro lugar nas eleições de 2020 quando disputou a Prefeitura de Cariacica, Tenente Assis não entrará no jogo esse ano para tentar comandar o município. Em vez disso, ele fechou apoio ao prefeito Euclério Sampaio (MDB), que disputará a reeleição.
Assis vai disputar uma vaga de vereador e está estudando com o prefeito qual o melhor partido para abrigá-lo na disputa. Ele não quer arriscar ficar de fora, como ocorreu em 2022, quando sua legenda não alcançou o mínimo de votos necessários para conquistar uma cadeira na Câmara Federal.
Em 2022, Assis até teve uma votação razoável: conquistou 58.887 votos. Mas não foi suficiente para se tornar deputado federal. Em 2020, na disputa à Prefeitura, teve 11,48% dos votos válidos – a professora Célia Tavares, que ficou em 2º lugar e foi para o 2º turno disputar contra Euclério, teve 14,04% dos votos válidos.
Como é militar da ativa – Assis pertence ao Corpo de Bombeiros –, ele não está enquadrado nos mesmos prazos que os civis perante a Justiça Eleitoral. Ele pode definir o partido em que irá concorrer durante as convenções partidárias – que vão de 20 de julho a 5 de agosto.
“Sou pré-candidato a vereador de Cariacica e estou conversando com alguns partidos. Em 2022, fiquei entre os 10 candidatos à Câmara Federal mais votados do Estado, só não entrei porque o partido não fez legenda. Então, quero ter essa certeza que o partido terá legenda antes de definir”, disse Assis à coluna. O partido escolhido será um da base aliada de Euclério.
Questionado sobre o motivo de ter optado por apoiar o prefeito em vez de disputar a Prefeitura, Assis fez elogios à gestão e analisou o cenário político local e o nacional.
“Em 2020, quando fui candidato a prefeito, o presidente era Bolsonaro, com quem eu tinha relação muito próxima. Eu conseguiria trazer recursos para Cariacica. Mas, eu moro há 42 anos na cidade e é nítido o trabalho que o prefeito tem feito, junto com o governo do Estado. Então, não posso ser oposição só por oposição”, disse Assis.
Ele também afirmou que o prefeito tem um perfil semelhante ao seu. “Euclério é conservador, assim como eu. Colocou uma Bíblia como monumento, defendeu as escolas cívico-militares, também se posicionou a favor de Bolsonaro. Entendo que a continuidade do trabalho que está sendo feito é o melhor para os munícipes, por isso decidi apoiá-lo. Uma candidatura minha poderia forçar um segundo turno e a volta do PT ao município, o que eu não gostaria que acontecesse”.
A aliança não deixa de ser uma forma também de atrair mais eleitores da direita e bolsonaristas, uma vez que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai lançar candidatura própria no município.
A coluna noticiou, na última segunda-feira (15), que a disputa em Cariacica pode ter ¼ dos candidatos que teve em 2020. São quatro nomes apresentados até agora – sendo que dois são da mesma federação e um terá de abrir mão – contra 14 que disputaram há quatro anos. São eles:
- Euclério Sampaio (MDB)
- Célia Tavares (PT)
- Heliomar Costa (PV)
- Ivan Bastos (PL)
A razão por trás dos poucos concorrentes até agora seria a frente ampla que Euclério está montando que conta com um leque grande de partidos, com o apoio do governador e com a adesão, inclusive, de ex-adversários.
Na entrevista que deu à coluna De Olho no Poder em janeiro, Euclério disse que os únicos partidos que não faziam parte da sua base aliada seriam o PL, a federação do PT-PV-PCdoB e o Psol.
>> Quer receber nossas notícias de política 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
LEIA TAMBÉM:
Disputa em Cariacica: só 4 pré-candidatos no jogo até agora
ENTREVISTA: “Polarização só traz atraso para o povo”, diz Euclério
PT de Cariacica lança Célia à Prefeitura, mas presidente não descarta apoio a Euclério