Deputado consegue aval do TRE para mudar de partido e deve disputar prefeitura

Adilson Espíndula / crédito: Ales

O deputado estadual Adilson Espíndula conseguiu decisão favorável da Justiça Eleitoral na ação que entrou pedindo a justa causa para sua desfiliação do PDT. Em sessão na tarde desta segunda-feira (06), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) aprovou, por unanimidade, a justa causa da desfiliação.

Adilson, que no início de abril se filiou ao PSD, é cotado para disputar a Prefeitura de Santa Maria de Jetibá. Com a decisão, a filiação ao PSD foi confirmada e Adilson não perde a cadeira na Assembleia por infidelidade partidária.

A decisão judicial levou em conta uma carta de anuência do PDT liberando o deputado para deixar a legenda. A coluna De Olho no Poder chegou a noticiar, em março deste ano, que o deputado procurava uma outra sigla para se filiar. Com a carta em mãos, ele entrou com a ação para ter respaldo da Justiça Eleitoral.

Adilson, que tem um perfil ideológico mais de direita, entrou no PDT em 2022, mas nunca se identificou com o partido de esquerda. Ele entrou na legenda já no final do prazo de filiações, apenas para conseguir disputar a reeleição na Assembleia Legislativa.

O PDT acabou sendo o único partido que lhe abriu as portas após a confusão que ocorreu no PTB – partido de Roberto Jefferson, onde Adilson fez carreira política. Outros partidos de direita lhe fecharem as portas.

A filiação de última hora foi benéfica ao deputado, que conseguiu se reeleger, e ao PDT, que conquistou duas cadeiras. Mas Adilson sempre ficou bastante deslocado ideologicamente no partido.

Soma-se a isso também o perfil do eleitorado de Santa Maria. Nas eleições presidenciais de 2022, o município deu vitória a Bolsonaro (PL). No 2º turno, o ex-presidente teve 69% dos votos válidos, mais que o dobro dos votos obtidos pelo presidente Lula, que teve 31% dos votos válidos no município mais pomerano do País e que hoje completa 36 anos de emancipação política.

Questionado sobre a disputa em Santa Maria, Adilson respondeu: “Decidirei isso com meu grupo político em julho, nas convenções partidárias”. O deputado faz parte da base aliada do governador Renato Casagrande e, nos bastidores, a costura da mudança partidária passou pelo Palácio Anchieta.

 

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