Anúncios, embates e choro: os bastidores da prestação de contas de Pazolini na Câmara de Vitória

Prestação de contas do prefeito Lorenzo Pazolini referente ao 1º semestre de 2024 / crédito: Câmara de Vitória

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), compareceu nesta quinta-feira (27) à Câmara de Vitória para prestar contas do 1º semestre da gestão. Ele fez anúncios de obras e ordens de serviço, enfrentou a oposição e até chorou ao final da sessão.

A prestação de contas durou quase 4h30 e lotou a Câmara de Vitória. O prefeito levou secretários e assessores e a sessão também foi acompanhada por lideranças comunitárias e políticas – o presidente do Republicanos (partido do prefeito), Erick Musso, marcou presença.

A expectativa era de ânimos exaltados, mas logo ao chegar à Câmara, Pazolini foi ao encontro dos parlamentares, inclusive os da oposição, e os cumprimentou. Depois, ao iniciar sua exposição, agradeceu a parceria com a Câmara, pedindo uma salva de palmas aos vereadores, o que quebrou um pouco o clima de tensão que rondava a sessão.

Durante a exposição, o prefeito fez anúncios: assinatura do contrato de urbanização do Canal de Camburi, data para inauguração do Mercado da Capixaba, ordem de serviço da 2ª etapa da reurbanização da orla da Grande São Pedro, entrega do CMEI Jacy Alves Fraga em Tabuazeiro, ordem de serviço para a construção do mergulhão de Jardim Camburi, urbanização da orla de Andorinhas e projetos para o Centro e para a Vila Rubim.

Já os questionamentos começaram com os vereadores aliados – que na verdade fizeram mais elogios do que perguntas –, o que deixou o prefeito bastante confortável e preparado para enfrentar a oposição. Karla Coser (PT) foi a primeira a ir para o embate, tendo logo em seguida o vereador Vinícius Simões (PSB) e, já quase no final da sessão, o vereador André Moreira (Psol).

Os três levaram dados negativos sobre a gestão, questionaram sobre violência e criminalidade, sobre o que chamaram de situação de abandono no Centro, sobre uma empresa contratada pela prefeitura que não estaria pagando os funcionários. Também foi falado sobre os salários, que seriam muito baixos, de algumas categorias da educação e sobre o projeto Asfalto Vix.

Com exceção das perguntas de Moreira – a quem Pazolini fez até uma deferência, enfatizando a forma respeitosa com que o parlamentar estaria levando seu mandato –, as dos outros opositores não foram respondidas.

Ao se referir a Vinícius, Pazolini chegou a jogar uma indireta sobre o fato do vereador ter deixado de morar no Centro de Vitória e sobre sua atuação como presidente da Câmara. Com Karla, fez referências ao mandato do ex-prefeito João Coser (PT), pai da vereadora. Karla reclamou que o prefeito não respondeu suas perguntas e Vinícius o acusou de levar questões pessoais para o debate.

Mas, mesmo não respondendo a algumas questões delicadas que foram expostas sobre a gestão, no balanço, o saldo para o prefeito foi positivo. De uma forma geral, Pazolini conseguiu se sair bem no embate com a oposição, que é minoria, representando 1/5 da composição da Câmara.

Amparado por secretários e por aliados que a todo instante o aplaudiam, a prestação de contas serviu mais como palanque do que para o desgaste do prefeito. No jogo de forças, ele saiu fortalecido, uma vez que a sessão foi marcada pelo clima eleitoral que já tomou conta do Parlamento, conforme a coluna noticiou ontem.

Em tempo: Chamou a atenção o fato de Pazolini ter elogiado bastante também o mandato do vereador Leonardo Monjardim (Novo) que é seu aliado e, recentemente, se envolveu num imbróglio com a vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane (Podemos), que o acusou de violência política de gênero. Pazolini e Estéfane são rompidos e ela é pré-candidata à prefeita da Capital.

Ao final da sessão, ao apresentar o caso de um homem que conseguiu trabalho após fazer um dos cursos profissionalizantes da prefeitura, Pazolini se emocionou e chegou a chorar.

E a reeleição?

Pazolini não foi questionado e nem falou sobre um segundo mandato, mas deu sinais de que é candidatíssimo à reeleição: todas as inaugurações e ordens de serviço anunciadas por ele estão marcadas até o dia 5 de julho – que é o prazo final para que candidatos compareçam na inauguração de obras públicas, inclusive mandatários que disputam a reeleição.

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