Disputa em Vitória: “Vice será construído na base do consenso”, diz Luiz Paulo

Luiz Paulo Vellozo Lucas / crédito: arquivo pessoal

Após ser definido como o nome que irá representar o G-6 – grupo composto por seis partidos: PSDB, Cidadania, MDB, PSB, União Brasil e PSD – na disputa em Vitória, o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) já definiu seus próximos passos.

Ontem (04) mesmo, durante reunião que bateu o martelo sobre sua pré-candidatura, Luiz Paulo já apresentou a equipe que está fazendo o marketing de sua pré-campanha e o acompanhando nas agendas. O ex-prefeito tem visitado entidades, bairros, lideranças e ouvindo sugestões para formar seu plano de governo para a Capital.

Segundo ele, agora as articulações vão dar uma acelerada: “A partir de agora vamos ganhar velocidade na nossa movimentação política na cidade”, disse Luiz Paulo à coluna. E prova disso é que ele já levou a proposta de uma data, para uma convenção conjunta com os seis partidos, e já abriu a conversa sobre o vice na chapa.

“Hoje (ontem) mesmo na reunião eu falei sobre isso e já está todo mundo conversando”, disse Luiz Paulo, sem dar pistas sobre o perfil ideal que gostaria de ter ao lado e nem sobre qual partido deve fazer essa indicação.

União, PSD, PSB e MDB podem ocupar o posto e, nos bastidores, as legendas já teriam nomes cotados para indicar. Luiz Paulo enfatizou, porém, que o nome do vice será construído na base do consenso.

Luiz Paulo falou também sobre a relação com o ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania) – que, embora seu partido faça parte do grupo, não tem participado dos encontros –, se irá pedir o apoio do governador Renato Casagrande (PSB) e sobre como foi a construção com o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), que também era pré-candidato a prefeito no mesmo grupo.

Ontem, antes mesmo da reunião do G-6 terminar, Gandini publicou uma carta desistindo da pré-candidatura ou, como ele preferiu descrever, “adiando o sonho” de concorrer mais uma vez à Prefeitura de Vitória.

Não era novidade, para o mercado político, que o nome de Luiz Paulo era o favorito para a disputa. Mas, Gandini, nos últimos dias, tinha sinalizado que não iria jogar o tapete, que iria brigar para ter a chance de representar o grupo. Na carta, ele não diz se irá apoiar Luiz Paulo, mas o ex-prefeito afirmou que o grupo estará unido em torno do seu nome na disputa.

Representantes do G-6 após reunião que definiu o nome de Luiz Paulo na disputa / crédito: Wilbert Suave

Leia a entrevista completa:

DE OLHO NO PODER – Como foi essa construção até chegar à definição do seu nome?
LUIZ PAULO – É uma construção que vem há mais de um ano. No final do ano passado passamos a contar com um fórum, que foi liderado por Tyago Hoffmann.

Tyago Hoffmann será o coordenador da sua campanha?
Estamos fazendo uma coordenação colegiada, com representantes de todos os partidos que estão no grupo. O Tyago é o coordenador desse colegiado político.

A partir de agora vamos ganhar velocidade na nossa movimentação política na cidade. Nós combinamos que vamos fazer a convenção em conjunto, essa foi a proposta que eu lancei. Minha ideia é fazer a nossa convenção conjunta no dia 20 de julho, no primeiro dia do calendário eleitoral.

Com os seis partidos participando?
Hoje são seis partidos, mas é uma aliança que está aberta a adesões. Vamos trabalhar também uma carta de princípios para estabelecer quais são as ideias centrais em torno das quais nós estamos unidos. É uma aliança em favor de Vitória, para fazer Vitória caminhar num caminho de desenvolvimento, de prosperidade, de progresso. É uma aliança ampla, de partidos diferentes, e o que nos une é uma visão política das possibilidades de Vitória.

Queremos muito mais pra Vitória. Vitória já foi locomotiva do desenvolvimento do Estado e precisa voltar a ser. É um programa ousado, transformador, inovador e vamos trabalhar isso tudo juntos.

Então o senhor já está trabalhando em seu plano de governo?
É, não é plano de governo no sentido formal. São ideias em torno das quais estamos nos unindo para disputar a eleição. Oferecer ao eleitor de Vitória uma alternativa sensata, de bom senso, com racionalidade, dentro de uma perspectiva de alianças, com base em diálogos e pactuação qualificada em torno de projetos transformadores. Nós queremos disputar a eleição e nós não vemos nas alternativas que estão colocadas essas características. Estou muito motivado, muito animado para desempenhar essas tarefas.

O Gandini não citou na carta dele, mas ele se comprometeu a te apoiar, pedir votos?
É uma aliança política, os partidos estarão juntos disputando as eleições. Vamos construir uma coligação na majoritária. Isso que queremos construir com esses seis partidos.

Luiz Paulo e Gandini

Vocês já sabiam que Gandini iria desistir? Ele já chegou decidido a deixar a disputa? Como foi?
Isso foi construído de forma lenta. Na política, a gente tem que dar tempo às pessoas, as decisões precisam amadurecer e eu fico muito feliz e agradeço demais a todos que estão participando desse processo para construir essa unidade. Não é uma construção simples, porque todos têm projetos legítimos. Tem diferenças também, de visão de mundo, mas o que nós estamos colocando é o interesse da cidade de Vitória em primeiro lugar. O que nos une e quem pode representar essa posição. E eu fico muito feliz de ter sido o nome escolhido por todos para representar e liderar esse processo. Não vou decepcioná-los.

O senhor disse que o grupo está aberto, vai chamar para conversar a Capitã Estéfane (Podemos) e o Majeski (PDT)?
Nosso projeto está aberto, estamos abertos a conversar e ampliar o grupo, mas esse grupo já tem muitas tarefas a cumprir daqui pra frente.

Então, não vai tomar a iniciativa de ir até eles?
Desde a reunião passada nós falamos que o grupo não é fechado, é aberto para quem tem afinidade de propósitos e de ideias. Estamos abertos a conversar com quem se identifique com nosso propósito para fortalecer e engrossar nossa aliança. Somos uma aliança programática, com compromissos políticos muito claros.

E sobre o nome do vice na chapa?
Nós vamos abrir essa conversa. Hoje (ontem) mesmo na reunião eu falei sobre isso e já está todo mundo conversando sobre isso. Nós temos até o dia 15 de agosto para definir essa posição. Vamos fazer a convenção no dia 20 de julho, mas não precisamos fechar no dia 20. Podemos fechar antes, está em aberto para ser conversado entre os partidos que fazem parte da nossa aliança.

Algum partido já manifestou interesse, já apresentou algum nome?
Eu, como candidato da frente, não tenho direito de fazer especulação. Eu espero que tenhamos um vice construído na base do mesmo consenso que escolheu o meu nome.

Quais serão seus próximos passos?
Estou cumprindo uma agenda diária de visitas a entidades. Hoje (ontem) estive no Sindipostos (Sindicato dos Postos de Combustíveis), ontem (segunda) estive com o secretário estadual de Cultura, Fabrício Noronha, e amanhã (hoje) vou para a Ilha das Caieiras. Vou procurar acompanhar as agendas dos candidatos a vereador, temos duas excelentes chapas de vereador, uma do MDB e outra do PSB.

PSDB não terá chapa de vereadores em Vitória?
Não. Nem o PSDB, nem o PSD e nem o União Brasil.

O ex-prefeito Luciano Rezende faz parte do grupo?
O Cidadania (partido de Luciano) faz parte do grupo. A federação é PSDB e Cidadania. Ele (Luciano) pessoalmente não tem participado, muito embora eu tenha contato com ele. A gente considera Luciano Rezende como um aliado, um nome forte da cidade. Esperamos que ele nos ajude a trilhar esse caminho. Não tenho dúvida de que lado ele estará.

E com relação ao apoio do governador?
O governador lidera uma frente bastante ampla e o partido dele, o PSB, estará conosco.

Mas o senhor irá atrás do apoio do governador, especificamente?
Eu vou atrás do voto do eleitor. Não cabe a mim. O governador é o maior líder do Estado, é o nosso líder. Nós fazemos parte da base do governo.

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