O que revela a última pesquisa Futura de intenção de votos na Serra

Weverson e Muribeca disputam o 2º turno na Serra

A última pesquisa do Instituto Futura sobre o 2º turno da Serra, divulgada neste sábado (26), mostra o favoritismo de Weverson Meireles (PDT) para se tornar o próximo prefeito do município. Ele não só mantém a liderança na intenção de votos, como também aumentou a distância com relação ao candidato Pablo Muribeca (Republicanos).

Ao contrário do que ocorreu no 1º turno, quando na véspera da eleição o cenário estava indefinido – o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) aparecia na frente, mas estava em queda, e Weverson, em terceiro, apresentava uma trajetória ascendente –, a pesquisa de hoje mostra um cenário mais estável, com poucas oscilações na comparação às outras duas pesquisas Futura no 2º turno (veja a pesquisa completa aqui).

Weverson tem 63,6% dos votos válidos – 6,3 pontos percentuais a mais que na pesquisa divulgada na última quarta-feira (23) e que teve os dados coletados na terça (22). Muribeca, que estava com 42,7%, foi para 36,4%.

No cenário estimulado, Weverson cresceu dentro da margem de erro, pulando de 52,7% para 55,7%. Já Muribeca caiu 7,4 pontos, de 39,3% para 31,9%. E a distância entre os dois saltou de 13,4 pontos percentuais para 23,8 em apenas quatro dias.

O número de indecisos entre uma pesquisa e outra caiu. Foi de 11,6% (nos dados coletados na terça) para 8,2% (nos dados coletados hoje) no cenário estimulado de intenção de votos.

Os votos convictos

No cenário espontâneo de intenção de votos da pesquisa e no de rejeição, Weverson também teve um bom desempenho e conseguiu reverter até um dado negativo, registrado na última pesquisa.

Os cenários espontâneos registram o voto convicto do eleitor, aquele que já tomou sua decisão e que dificilmente irá mudar. Na pesquisa divulgada hoje, Weverson se manteve no mesmo índice registrado no levantamento anterior: 40,4% disseram que votariam no pedetista.

Já Muribeca perdeu oito pontos, caiu de 34,9% para 26,9%. Já na rejeição, a liderança se inverte. O republicano é o mais rejeitado pelos eleitores pontuando 43,7% – aumento de 2,5 pontos percentuais com relação ao levantamento anterior – e Weverson conseguiu reduzir sua rejeição.

Nas entrevistas coletadas na terça-feira, 27,2% das pessoas disseram que não votariam no candidato de Vidigal de jeito nenhum. Hoje são 22,3%. Em quatro dias, Weverson conseguiu diminuir a rejeição ao seu nome em 4,9 pontos, acima da margem de erro da pesquisa, que é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Vira voto e conquista de indecisos

Disputa na Serra / crédito: Thiago Soares/FV

Duas leituras são possíveis de serem feitas com o novo levantamento, uma é que Weverson está conseguindo virar ou tirar votos que seriam de Muribeca.

Algo que pode explicar esse fenômeno é que, nos últimos dias, a campanha do pedetista tem intensificado na estratégia de tentar mostrar Weverson como o mais preparado, ao mesmo tempo que bate na tecla de que o adversário, Pablo Muribeca, não teria propostas e nem equilíbrio emocional para gerir o município.

Essa estratégia ficou bastante visível nos últimos debates, com o pedetista “a todo tempo” (expressão muito usada por Weverson) questionando o republicano sobre suas propostas. A repetição desse questionamento, independentemente de Muribeca responder ou não, pode ter contribuído positivamente para o candidato de Vidigal.

Outra leitura é que Weverson também está conseguindo ser mais eficiente na conquista dos votos dos indecisos, daqueles que votaram em outros candidatos no primeiro turno – com destaque para Audifax, que teve 58.643 votos (23,96%).

O sentimento de renovação, de voto por mudança está presente em todas as eleições, de todos os lugares. Mas a Serra registra algo muito peculiar: o município tem um eleitorado conservador, não no sentido ideológico das pautas de costumes, mas sim de optar por políticos tradicionais e não ser muito afeito a mudanças bruscas.

Não à toa que Vidigal e Audifax revezam – ou melhor, revezavam – no comando do município por 28 anos. Então, nesse sentido, o eleitor de Audifax é muito parecido com o eleitor de Vidigal, por escolher políticos tradicionais para gerir o município. E não custa lembrar que Vidigal e Audifax faziam parte do mesmo grupo político.

Sendo assim, é muito mais provável que o eleitor de Audifax opte por votar no candidato de Vidigal, ainda que o ex-prefeito tenha anunciado neutralidade no 2º turno.

Sem esconder isso de ninguém, essa é a grande expectativa da campanha de Weverson. Somado a isso, o candidato também obteve a adesão das duas vereadoras eleitas do PP – Raphaela Moraes e Andréa Duarte –, que apoiaram Audifax no 1º turno.

Movimento contrário deve ocorrer entre os eleitores de Igor Elson (PL). Ele teve 18.751 votos (7,66%) no primeiro turno e, embora também tenha declarado neutralidade, seu partido emitiu nota repudiando apoio no PDT, ou seja, em outras palavras, deu um apoio indireto a Muribeca. O republicano também passou a contar com o apoio de eleitores de grupos de direita e extrema-direita.

De qualquer forma, daqui a 24 horas, as urnas irão dizer se as projeções souberam captar o sentimento do eleitor. O que irá prevalecer? O grupo de Vidigal conseguirá estender por mais quatro anos seu comando sobre a Serra? Ou o maior colégio eleitoral do Estado dará início a um novo ciclo político?

Amanhã, voltaremos aqui nesse espaço para analisar o que decidiu o povo serrano. Bom voto!

 

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