Após dar uma guinada à extrema-direita, passar por momentos turbulentos sob o comando do ex-deputado Roberto Jefferson e ver o seu fim na fusão com o Patriota, o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) está prestes a ser recriado. Dessa vez nos mesmos moldes do passado, quando abrigou os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e o ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola.
Após a fusão com o Patriota – que criou a sigla PRD –, o PTB foi extinto e para “voltar a ter vida” é necessário que seja recriado.
O TSE já deu o aval para a coleta de assinaturas – para ser criado ou recriado, um partido precisa ter apoio popular, conferido por meio de cerca de 500 mil assinaturas, de pelo menos nove estados e num prazo de até dois anos após conseguir a personalidade jurídica.
Nacionalmente, quem está à frente da recriação do partido é o ex-deputado Vivaldo Barbosa. Já no Estado, a coleta de assinaturas está por conta de quatro lideranças: o ex-vereador de Vila Velha Tenório Merlo; o ex-vereador de Vitória Ademar Rocha; o presidente do Conselho do Vitória Futebol Clube, Antônio Perovano, e pelo ex-presidente estadual do Avante Dejalma Merlo.
“Nosso compromisso é reavivar o espírito trabalhista e avançar nas conquistas sociais e econômicas do País”, disse Tenório, relembrando que o partido teve, historicamente, participação importante na criação do Ministério do Trabalho e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Ele disse que a meta no Estado é alcançar 10 mil assinaturas. “Vamos buscar em todos os municípios. Iniciamos a coleta nessa semana. Roberto Jefferson conseguiu destruir a história do PTB, mas o partido voltará a ser grande na defesa do trabalhador brasileiro”, disse o ex-vereador de Vila Velha.
Quando presidiu o PTB, Jefferson levou a sigla para apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, fazendo da legenda um dos principais pilares do ex-presidente e abrigo de bolsonaristas.
Após ser preso, em 2022, ao atacar policiais que cumpririam um mandado em sua casa, Jefferson foi afastado do comando da sigla. Mas a confusão envolvendo o comando e o rumo da legenda continuaram, com brigas, judicializações, destituições e fechamento de diretórios.
No Estado, a sigla sofreu ingerências, destituiu o então presidente (o deputado Adilson Espíndula) e deixou a base de Casagrande na pré-campanha para a disputa pelo governo do Estado.