Mesmo negando de pé juntos, os candidatos a prefeito de Cariacica Adilson Avelina (PSB), Marcelo Santos (PMDB) e Juninho (PPS) concentraram sua artilharia no candidato da REDE, Marcos Bruno. Portanto, quem esperava que Juninho sairia “esburacado” do evento ficou decepcionado.
Desde o começo o alvo ficou claro. Mesmo com a opção de escolher quem iria responder as suas perguntas, os candidatos sempre preferiam dirigir os ataques ao professor. Já os questionamentos sobre propostas para determinadas áreas ficavam entre eles mesmos, que se comportaram como velhos amigos (ou conhecidos). E são mesmo. Afinal o estranho no ninho é o redista, que na conta só tem dois anos como vereador e dois anos como deputado.
Falando nisso, esse pouco tempo de Marcos Bruno no jogo tem duas pontas bem afiadas: a primeira, e exaustivamente utilizada por ele, é de que representa a mudança e a novidade, em parte impulsionado pela ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (REDE), que é evangélica e pode contribuir com esse forte eleitorado no município em benefício do seu correligionário, por meio de visitas e vídeos divulgados nas redes sociais.
Na outra ponta, essa ansiedade do professor de ficar pulando de galho em galho em tão pouco tempo pode representar alguns riscos para a sua sobrevivência política. O primeiro é que é taxado de inexperiente e aventureiro pelos concorrentes. E um dia esse rótulo pode pegar. O segundo é que galhos não são eternos. E uma queda pode ser fatal.
Mas a razão do ataque concentrado a Marcos Bruno pode ser explicada de forma bem mais objetiva: ele cresceu nas últimas pesquisas de intenção de voto e pode ser a pedra no sapato de Marcelo ou Juninho, na hora de descobrir quem vai para um possível segundo turno na cidade.
Por isso esse comportamento tão amigável entre a dupla, ao mesmo tempo em que “meteram o pau” no plano de governo do representante da “dita terceira via”, que por sinal deve ter saído com algum saldo de desconstrução – ainda que mínimo.
Na outra ponta, Avelina bem que tentou dar uma coladinha na imagem do ex-prefeito Hélder Salomão (PT), avaliado positivamente na cidade, ao dizer que contribuiu muito com o trabalho do petista de promover políticas públicas para a cidade. Se o eleitor vai lembrar disso na hora de votar já é outra história.
Avelina preferiu ficar mais na defensiva, fazendo promessas como choque de gestão, retirar as pessoas da fila dos atendimentos em unidades de saúde, promover transparência no Executivo e cortar 20% dos cargos comissionados. No bloco de perguntas dos jornalistas, quando questionado sobre ter sido favorável ao aumento de salário dos vereadores e também no número de cabeças no Legislativo Municipal, deu aquela escorregadinha básica.
Em vez de responder categoricamente – sim ou não – se seria favorável ao aumento de salário dos pares, preferiu dizer que jogaria a bola para o eleitor, como se não soubesse de imediato a resposta que receberia.
Leia mais sobre o cenário político: